Em matéria publicada na edição de terça-feira (15), o UCHO.INFO afirmou que a permanência de Paulo Guedes no governo havia entrado na modalidade contagem regressiva. Isso porque nos últimos dias o ainda ministro da Economia vem sendo desautorizado de forma sistemática pelo presidente Jair Bolsonaro, que trocou o liberalismo econômico pelo populismo barato, em nome de seu projeto de reeleição.
O anúncio feito por Bolsonaro de que o Renda Brasil está descartado e ninguém no governo tem autorização para falar sobre o programa social até 2022 foi o primeiro sinal evidente de que o processo de fritura de Guedes avançou. “Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família. E ponto final”, declarou o presidente.
O cenário piorou sobremaneira com a informação de que o presidente da República autorizou a inclusão de previsão de gastos no Orçamento de 2021 para financiar um novo programa de transferência de renda.
No contraponto da polêmica que surgiu a partir do Renda Brasil, cresceu no Palácio do Planalto a pressão para que o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, peça demissão. Em entrevista concedida no último domingo (13), Waldery disse que a equipe econômica estudava a possibilidade de congelar salários e aposentadorias por dois anos e restringir a concessão do auxílio-desemprego, entre outras medidas, para abrir espaço no Orçamento e conseguir custear o programa que substituiria o Bolsa Família.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro não apenas criticou a ideia, mas mostrou “cartão vermelho” para a equipe econômica comandada por Paulo Guedes, que por sua vez se fez de desentendido.
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“Congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência, [é] um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade. Como já disse, jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos”, declarou Bolsonaro.
À frente da mais ampla e importante secretaria especial do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues é pessoa de confiança de Guedes, que a reboque de comportamento covarde aguarda um pedido de demissão do assessor. Isso porque Rodrigues, apesar de “carregar o piano”, tem colecionado frentes de atrito com outros integrantes da pasta, o que provocou algumas baixas na equipe.
Também na terça-feira, o presidente da República novamente deu mostras de que Guedes está com os dias contados. Ele sinalizou com a possibilidade de vetar a desindexação de salários e benefícios, um dos principais pilares do Pacto Federativo que a equipe econômica vem negociando com os governos estaduais.
Como temos afirmado, Paulo Guedes continua ministro da Economia impulsionado por sua desmedida teimosia, pois em qualquer governo minimamente sério e responsável sua exoneração já teria sido publicada no Diário Oficial da União.
Com o presidente da República debruçado sobre seu projeto de reeleição e a economia ainda atolada na vala da crise, Paulo Guedes, o outrora “Posto Ipiranga”, deveria começar a esvaziar as gavetas. Afinal, seu papel no governo agora é de “sparring” do populismo barato de Bolsonaro.
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