A uma semana da eleição presidencial nos Estados Unidos, mais de 70 milhões dos mais de 230 milhões de eleitores já votaram. Nesse contingente de eleitores que anteciparam a escolha do próximo inquilino da Casa Branca, quase 48 milhões votaram por correspondência, prática comum nos EUA, a aproximadamente 22 milhões votaram presencialmente. O grande dia da eleição americana é 3 de novembro.
O número de votos antecipados é recorde e também equivale a mais da metade de todos os votos da eleição de quatro anos atrás. Em 2016, cerca de 138 milhões de eleitores votaram, segundo a autoridade eleitoral. Em razão da pandemia do novo coronavírus, muitos eleitores optaram pelo voto antecipado, o que era previsto.
A participação é especialmente elevada no Texas (7,8 milhões), na Flórida (6,4 milhões) e na Carolina do Norte (3,4 milhões), três estados que estão sendo disputados acirradamente pelos dois principais candidatos, o presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden. No Texas, a participação atual já representa 87% do total de quatro anos atrás. A Califórnia, tradicional bastião democrata, também está entre os estados onde mais eleitores já votaram (7,9 milhões).
Biden concentra esforços em estados republicanos
O candidato democrata Joe Biden, que lidera com larga folga nas pesquisas eleitorais, tem concentrado os últimos dias da campanha em estados que normalmente são considerados como certos para os republicanos. É o caso da Geórgia, estado conservador, no sul do país, que não apoia um candidato presidencial democrata desde 1992 e onde Biden concentrou nesta terça-feira a sua agenda de campanha.
Ainda nesta semana, o democrata pretende viajar para o Iowa, estado que Trump conquistou com vantagem de dez pontos percentuais nas eleições presidenciais de 2016.
A companheira de Biden na corrida à Casa Branca, a senadora e candidata à vice-presidência Kamala Harris, concentra os esforços da campanha democrata no Arizona e no Texas, onde os republicanos não perdem nenhum cargo desde 1994, naquela que é a mais longa série de vitórias políticas no país.
Este calendário agressivo em estados fortemente associados ao Grand Old Party (GOP), nome pelo qual também é conhecido o Partido Republicano, está sendo encarado como um sinal de confiança por parte da campanha de Biden, que tenta ampliar o mapa eleitoral dos democratas.
O vencedor da eleição presidencial dos Estados Unidos (que é escolhido por voto indireto) tem de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 delegados que compõem o colégio eleitoral.
Outro trunfo da campanha de Biden é a entrada, nesta reta final, do ex-presidente Barack Obama. Na Flórida, Obama reiterou que as eleições de 3 de novembro “são as mais importantes” na vida dos americanos e apelou aos democratas para votarem em massa.
“Este presidente reclama para si todo o crédito por uma economia que herdou, e rejeita qualquer responsabilidade por uma pandemia que ignorou”, afirmou Obama em Orlando, durante um comício num estacionamento, com os participantes em seus veículos.
Campanha de Trump em ritmo frenético
Do lado da campanha de Trump, o ritmo é frenético, com eventos em vários estados no mesmo dia, em clara tentativa de reverter a vantagem de Biden nas pesquisas. Somente na terça-feira, a campanha de Trump passou pelas cidades de Washington e Las Vegas e pelos estados do Michigan, Wisconsin e Nebraska, todos localizados na região conhecida como Midwest (Meio-oeste).
Esse calendário espelha um contra-ataque da campanha de Trump, concentrada em estados que são tradicionalmente democratas.
A primeira-dama, Melania Trump, participou de ato de campanha em estado igualmente disputado, a Pensilvânia, onde buscou os votos das mulheres. Foi a primeira participação dela depois do diagnóstico de Covid-19. (Com agências internacionais)
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