Sempre abusando da irresponsabilidade genocida quando o assunto é o combate à Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse recentemente que uma eventual segunda onda da doença não passa de “conversinha”.
Apesar de insistir no negacionismo em relação à pandemia do novo coronavírus, até porque a crise sanitária gerada pelo SARS-CoV-2 minou seu projeto de reeleição, Bolsonaro deveria se preparar para o retorno da doença em boa parte do País, antes que a tragédia se instale de vez.
No Palácio do Planalto, assessores da Presidência afirmam que o negacionismo de Bolsonaro em relação à doença não pode ser impeditivo para uma ação efetiva do Ministério da Saúde no combate à Covid-19 e um plano de vacinação.
O ministro Eduardo Pazuello (Saúde), que dedica descontrolada sabujice ao presidente da República, mergulhou em ostracismo preocupante, pois teme contrariar os desejos do “chefe”.
É preciso ressaltar que Pazuello, logo nos primeiros dias da quarentena a que se submeteu em razão da Covid-19, disse em transmissão pela internet, ao lado de Bolsonaro, que “um manda, outro obedece”. A declaração ocorreu após o presidente determinar o cancelamento do acordo da pasta com o Instituto Butantan para a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, contra a Covid-19.
Enquanto Bolsonaro e o governo agem com irresponsabilidade e recorrem à dissimulação, o “Imperial College de Londres”, no Reino Unido, informou nesta terça-feira (24) que a taxa de transmissão do novo coronavírus (Rt) no Brasil atingiu nesta semana o maior índice desde maio. De acordo com a instituição, o índice passou de 1,10, no dia 16 de novembro, para 1,30.
Na semana de 24 maio passado, a taxa de transmissão do novo coronavírus chegou a 1,31. A taxa de contágio (Rt) indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o vírus. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130. Esses números mostram que a Covid-19 está avançando no País, apesar de alguns especialistas evitarem falar em “segunda onda”.
No contraponto, infectologistas e epidemiologistas já falam abertamente em “segunda onda” e pedem às autoridades de todo o País a adoção de medidas restritivas para conter a doença. Na avaliação do UCHO.INFO, a “segunda onda” emendou na primeira, sem que essa tivesse sido controlada.
Quando um governo populista, despreparado e desorientado passa a jogar com a saúde dos cidadãos para alimentar a ideologia tosca e retrógrada defendida pelo chefe do Executivo, os outros Poderes da República precisam entrar em cena para evitar o pior. Enfrentar Bolsonaro nesse momento de crise na saúde não é uma questão de coragem, mas de patriotismo. Quem se habilita?
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