O Brasil registrou na quarta-feira (30), em intervalo de 24 horas, 1.224 mortes pela Covid-19, chegando ao total de 193.940 óbitos desde o começo da pandemia do novo coronavírus. Trata-se do maior número de óbitos registrados em um só dia desde 20 de agosto.
Com esse novo balanço, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 668. A variação foi de -8% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença.
Em relação a casos confirmados, desde o começo da pandemia 7.619.970 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 55.853 dessas contaminações confirmadas na quarta-feira. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 36.185 novos diagnósticos por dia. Isso representa variação de -23% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de queda nos diagnósticos.
Contudo, é preciso cautela ao analisar a média de óbitos, pois as festas de fim de ano comprometem as informações, por parte de governos estaduais e municipais, sobre o número de mortos e de casos confirmados da Covid-19, já que muitas repartições não funcionam nesse período.
Dez estados apresentaram alta na média móvel de mortes: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Alagoas e Sergipe.
Número de mortes no Sul é 50% maior
Epidemiologistas, matemáticos e cientistas de dados calculam que o número real de mortes por Covid-19 é bem maior do que apontam os dados oficiais.
Mesmo as análises mais conservadoras desses profissionais indicam um excedente não contabilizado que ultrapassa a casa das dezenas de milhares de óbitos pela doença.
Embora a subnotificação seja um fenômeno que aconteça em todo o planeta, no Brasil esse quesito apresenta características únicas. Isso se deve à enorme dificuldade para compreender a origem e a metodologia dos dados disponibilizados pelo governo sobre a pandemia.
Além disso, muitos dos óbitos são registrados com causas distintas da Covid-19, mesmo que a internação tenha se dado pela doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2. Não é errado afirmar que outras 90 mil mortes por Covid-19 não entraram nas estatísticas oficiais sobre a pandemia.
Segunda onda mata mais
O número de mortes por Covid-19 voltou a crescer no Brasil no apagar das luzes 2020. Contudo, estados da região Sul vivem o pior momento desde o início da pandemia, com recorde de mortes e menos leitos de UTI disponíveis.
Em dezembro, até dia 28, foram notificadas 4.615 mortes por Covid-19 nos três estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa. É o maior número do ano. Antes, o pico de óbitos havia sido registrado em agosto, com pouco mais de 4 mil vítimas. Até outubro, as mortes caíram pela metade, mas, em novembro voltaram a subir.
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