Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava o oficialmente o primeiro caso de Covid-19 em território nacional. Um homem de 61 anos, que retornou de viagem à Itália dias antes, testou positivo para o novo coronavírus, na cidade de São Paulo. Passados 364 dias – menos de um ano – daquele dia, o País registrou 250 mil mortes por Covid-19, doença que o irresponsável presidente da República, Jair Bolsonaro, classificou como “gripezinha”.
Às 18h03 desta quarta-feira (24), o Brasil ultrapassou a trágica marca, sem considerar os dados de alguns estados. Às 18h18, o número de óbitos por Covid-19 em 24 horas era 1.390, totalizando 250.036 mortes desde o início da pandemia. Àquela altura, 64.038 novos casos da doença foram confirmados no mesmo intervalo (24 horas).
Foram contabilizados naquele fatídico momento os dados das Secretarias de Saúde dos seguintes entes da federação: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe São Paulo e Tocantins.
Divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa às 20 horas desta quarta-feira, dados do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) mostram que o País registrou nas últimas 24 horas
1.433 mortes por Covid-19, totalizando 250.079 óbitos pela doença. A média móvel de mortes é de 1.129, índice recorde da pandemia no Brasil.
A impressionante marca foi alcançada em meio a um processo de vacinação lento e inconsistente, sem campanha de divulgação, com novas variantes do vírus circulando pelo País, falta de doses de imunizantes em todos os estados e aglomerações por toda parte.
Os números reais de casos e de óbitos pela doença são muito maiores, principalmente por causa da baixa testagem em larga escala e da subnotificação, como tem afirmado o UCHO.INFO desde o primeiro registro da presença do novo coronavírus em território brasileiro. Autoridades de saúde reconhecem que o cenário provocado pelo novo coronavírus no Brasil é muito mais grave e preocupante.
Enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, insiste em seu negacionismo criminoso e provoca aglomerações, não é difícil perceber que o avanço acelerado da Covid-19 em todo o País, com disparada nos números de internações e de mortes, é fruto da falta de medidas rígidas de isolamento e de restrições que deveriam ser impostas com o máximo rigor pelo Estado, como um todo.
As primeiras 50 mil mortes por Covid-19 no Brasil demoraram 100 dias – entre 12 de março e 20 de junho do ano passado. Entre a marca de 200 mil óbitos, em 7 de janeiro deste ano, e a de 250 mil, nesta quarta-feira (24), foram 48 dias. O ritmo das mortes pelo novo coronavírus está em acelerada curva de alta. Esse cenário pode levar o País a atingir 300 mil mortes ainda em março.
Ao despreparou do governo federal no combate à pandemia é devastador e preocupante. Para que o leitor consiga avaliar o quadro atual, o ainda ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, disse durante encontro com prefeitos que os gestores municipais poderiam utilizar todas as doses recebidas na primeira fase da imunização. Nesta quarta-feira, o discurso do ministro mudou e a recomendação é para os municípios armazenarem doses para a segunda fase da vacinação.
Em outro vértice do absurdo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, decidiu participar de eventos oito dias após testar positivo para o novo coronavírus. Em qualquer país razoavelmente sério e com autoridades imbuídas de suas missões, Salles estaria demitido e preso.