O Brasil enfrenta o pior momento da pandemia de Covid-19. A média móvel de mortes pela doença bateu novamente recorde no domingo (28) e o sistema de saúde em diversos estados está à beira do colapso.
De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, o País registrou em média 1.208 óbitos nos últimos sete dias – recorde pelo segundo dia consecutivo. Há 39 dias o Brasil registra média diária de óbitos pelo novo coronavírus acima de 1 mil.
Em 24 horas – de sábado para domingo – o País contabilizou oficialmente 34.027 casos confirmados de Covid-19 e 721 mortes decorrentes de complicações da Covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
Com esse balanço, o total de infecções identificadas desde o início da epidemia subiu para 10.551.259 casos, enquanto os óbitos chegaram a 254.942. Na última quarta-feira (24), o Brasil superou a marca de 250 mil mortos por Covid-19.
Hospitais no limite
Além do aumento do número de mortes, diversos estados enfrentam escassez de vagas em hospitais. A taxa de ocupação de UTIs no sistema público bateu recordes, sendo que a situação é caótica em ao menos 17 capitais, segundo boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na sexta-feira. O cenário é similar em hospitais privados.
“As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos revelam o pior cenário já observado, inclusive pela sua dispersão no país”, afirmou a Fiocruz. “A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal. Mais do que nunca urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo”, acrescenta a nota.
Em Porto Velho, Florianópolis, Manaus, Fortaleza, Goiânia, Teresina e Curitiba, a taxa de ocupação das UTIs passa de 90%. Na capital de Rondônia, a lotação já chegou a 100%.
A situação é grave nos estados da região Sul, onde as taxas de ocupação dos leitos de UTIs passam de 90%. Os governos de Santa Catarina e do Paraná decretaram um lockdown para tentar controlar o avanço da doença.
Vacinação lenta e negacionismo
Enquanto a situação se agrava, a vacinação contra a Covid-19, que chegou a ser paralisada em várias cidades por falta de doses do imunizante, segue lenta. Apenas 3,11% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose da vacina.
Levantamento do consórcio de veículos de imprensa aponta que até domingo 6.576.109 pessoas já receberam a primeira dose da vacina. Já a segunda dose foi aplicada em 1.933.404 brasileiros.
As perspectivas de superação da pandemia, afirmam especialistas, não são positivas, pelo contrário – espera-se que 2021 será ainda pior que o ano passado. Os números de casos e de mortes estão no patamar mais alto, resultado da não observância por parte da população das medidas de proteção recomendadas por autoridades de saúde.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, continua a minimizar os impactos da pandemia. Na última quinta-feira (25), ele usou sua enfadonha “live” semanal para desestimular o uso de máscaras contra a Covid-19, cuja eficácia na proteção contra o novo coronavírus já foi comprovada.
Bolsonaro mencionou um estudo de “universidade alemã” que classifica as máscaras como “prejudiciais a crianças”. Ao contrário do que disse o presidente, nenhuma universidade alemã elaborou qualquer estudo que chegou a essa conclusão.
Em entrevista à Deutsche Welle, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, disse que, não fosse o governo Bolsonaro, o Brasil já teria vacina desde dezembro. Covas apontou o obscurantismo científico das autoridades em Brasília como responsável direto pela nova onda explosiva de Covid-19 no País. (Com DW e agências de notícias)
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