Em novo delírio totalitarista, Bolsonaro volta a ameaçar a democracia; impeachment tornou-se inevitável

 
Com os quatro filhos investigados – um senador, um deputado federal, um vereador e um oportunista – e também alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia com declarações que apontam na direção de um golpe, mesmo que o presidente da República afirme que essa possibilidade inexiste.

Em conversa com apoiadores, no final de semana, quando completou 66 anos, Bolsonaro usou o termo “esticando a corda” para novamente atacar governadores e prefeitos que adotaram medidas restritivas para enfrentar o preocupante avanço da pandemia de Covid-19.

“Alguns tiranetes ou tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza, o nosso Exército é o verde oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade”, disse o presidente

“Estão esticando a corda, faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, nossa democracia e nosso direito de ir e vir”, completou.

 
Quando cita a Constituição para justificar seus arreganhos totalitaristas, Bolsonaro mira a possibilidade de decretar estado de sítio ou estado de calamidade, medidas que dependem obrigatoriamente de aval do Congresso Nacional, algo impossível de acontecer, pois mesmo ameaçada a democracia e o Estado de Direito continuam vigendo.

Ao mencionar a possibilidade de militares serem chamados para garantir o aludido golpe – não outro nome para esse estabanado plano – contra os governadores, Bolsonaro impõe constrangimento às Forças Armadas, que certamente não querem retomar o carimbo decorrente da época da ditadura.

A cúpula das Forças Armadas viu com preocupação de Jair Bolsonaro, que tenta arrastar os aquartelados para mais uma investida suicida contra o combate à pandemia. Tanto é assim, que a cúpula militar se reuniu no domingo (21) e nesta segunda-feira para avaliar os efeitos colaterais das declarações do presidente.

Bolsonaro não conseguirá repetir o episódio grotesco de maio de 2020, quando para ameaçar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) com a possibilidade de fechamento não apenas convocou seus milicianos, mas arrastou para o olho do furacão inúmeros militares de alta patente, da ativa e da reserva.

Esse cenário mostra de forma clara que não há mais como adiar o processo de impeachment contra Bolsonaro, sob pena de a democracia tornar-se refém de um psicopata que age somente para manter em marcha seu projeto de reeleição. Ou os brasileiros de bem saem da letargia e cobram deputados e senadores, ou aceitam a ideia de que uma nova ditadura está a caminho.

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