O empresário Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, disse ao jornal “O Globo” que o policial militar mineiro Luiz Paulo Dominghetti Pereira, “quer aparecer”.
A afirmação foi feita após Carvalho negar que o áudio apresentado pelo “atravessador de vacinas” na CPI da Covid, que funciona no Senado Federal, refere-se a uma tratativa do deputado federal Luís Cláudio Miranda (DEM-DF) para negociação de vacinas, como o Dominghetti alegou.
Cristiano disse ao jornal carioca que a mensagem se trata “sobre os negócios dele [Luís Miranda] nos EUA”. Disse, também, que o áudio citado durante o depoimento à CPI não tem qualquer relação com a Davati Medical.
Na gravação apresentada, segundo Dominghetti, o parlamentar tentava intermediar a compra de vacinas contra a Covid-19. A mensagem, no entanto, não é clara sobre o que era tratado. O deputado, por sua vez, afirmou que o áudio é antigo – setembro de 2020 – e se refere à negociação de luvas cirúrgicas.
A exibição do áudio causou bate-boca entre senadores da oposição e da tropa de choque do governo Bolsonaro. Diante do falso testemunho de Dominghetti, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), solicitou ao colega Omar Aziz que determinasse a apreensão do celular do depoente, o que acabou acontecendo. O equipamento será periciado.
No contraponto, os senadores governistas pediram ao presidente da CPI que o telefone celular de Luís Miranda também fosse apreendido. Aziz negou o pedido.
Logo após o início do depoimento de Dominghetti, senadores suspeitaram que o depoente era “testemunha plantada” pelo governo para esvaziar a denúncia feita pelo deputado federal Luís Cláudio Miranda e seu irmão, Luís Ricardo (servidor do Ministério da Saúde), que em 20 de março informaram ao presidente Jair Bolsonaro a existência de esquema de corrupção em processos para a aquisição de vacinas contra o novo coronavírus.
Como informou o UCHO.INFO em matéria anterior, o escândalo envolvendo a Davati Medical pode suscitar a abertura de ação penal nos Estados Unidos, onde a empresa está sediada, já que a “Foreign Corrupt Practices Act” (Lei de Práticas de Corrupção no Exterior) prevê pena de prisão a cidadãos americanos ou residentes no país que subornarem (ou tentarem) autoridades no exterior.
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