Na véspera de reunião virtual entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin, dos Estados Unidos e da Rússia, respectivamente, o mandatário norte-americano anunciou na segunda-feira (6) que o país mais soldados ao Leste da Europa diante da ameaça de invasão da Ucrânia por Moscou.
O anúncio da Casa Branca se confirmou nesta terça-feira, ocasião em que Biden ameaçou com possíveis sanções à Rússia caso Putin insista no plano de invadir a Ucrânia. Os EUA estão preparados para reforçar a fronteira oriental da Otan com tropas militares adicionais caso a Rússia ataque ou invada a Ucrânia.
Vladimir Putin, por sua vez, se queixou do potencial militar crescente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em suas fronteiras devido ao apoio à Ucrânia e pediu “garantias” de que a entidade não expandirá as forças militares para o leste. Biden já disse mais de uma vez ser impossível dar essa garantia a Moscou.
“A Otan está empreendendo tentativas perigosas de usar o território ucraniano e desenvolve seu potencial militar em nossas fronteiras, e é por isso que a Rússia tem um interesse sério em [obter] garantias jurídicas seguras que descartem uma expansão da Otan no leste”, informou o Kremlin em comunicado.
Washington, a Otan e Kiev acusam Moscou de mobilizar tropas na fronteira com a Ucrânia para atacar o país, repetindo o cenário de 2014, quando os russos anexaram a península da Crimeia. Desde então, mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.
A Casa Branca ressalvou, contudo, que o envio de tropas não equivale a uma “resposta militar direta” dos Estados Unidos, mas ocorreria no âmbito de uma combinação de vários elementos: apoio ao exército ucraniano, fortes sanções econômicas e substancial aumento do apoio aos aliados na Otan.
Simultaneamente, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou não acreditar que um conflito seja inevitável porque “há tempo e espaço para a diplomacia” e que “nada mudou” em relação ao apoio dos EUA à Ucrânia.
Risco de invasão
O Pentágono acompanha com atenção os movimentos do presidente russo, que soma “capacidades militares na parte ocidental do seu país e em torno da Ucrânia”.
O serviço secreto americano estima que a Rússia tem cerca de 70 mil soldados, juntamente com equipamento e artilharia, mobilizados na fronteira ucraniana e suspeita que esteja sendo preparado um ataque, já em 2022, de acordo com funcionários citados pela imprensa dos EUA.
Sanções econômicas
Apesar de as sanções econômicas aplicadas pela Casa Branca não terem surtido efeito até o momento, obrigando o Kremlin a recuar em suas decisões, o governo dos EUA garante que desta vez adotará medidas punitivas sem precedentes.
Ao mesmo tempo, Washington está apostando na coordenação da resposta a Moscou com parceiros europeus. Na segunda-feira aconteceu uma reunião entre Biden e líderes da Alemanha, França, Itália e Reino Unido.
Após o encontro, o grupo de nações manifestou determinação em relação ao respeito à soberania da Ucrânia, segundo comunicado da Presidência francesa. O premiê britânico, Boris Johnson, disse que o grupo concordou em construir uma frente única em torno da questão ucraniana.
É importante considerar o fato de que a Rússia é o principal fornecedor de gás natural da Europa. Um elevação no preço do produto causaria sérios prejuízos econômicos à região, enquanto que um eventual corte no fornecimento em pleno inverno provocaria uma catástrofe. (Com agências internacionais)
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