O tenista sérvio Novak Djokovic obteve sucesso na apelação apresentada por seus advogados à Justiça da Austrália, após ser barrado em sua chegada a Melbourne, quando se recusou a apresentar documentos que comprovassem o motivo para não ser vacinado contra Covid-19.
Em audiência realizada nesta segunda-feira (10), o sérvio conseguiu, com base na decisão do juiz federal Anthony Kelly, o direito de entrar no país e disputar o Australian Open, uma das etapas do Grand Slam. O magistrado australiano considerou “irracional” a decisão de barrar o tenista.
O juiz determinou que Djokovic fosse libertado em 30 minutos e seu passaporte e outros documentos pessoais devolvidos a ele, reacendendo a oferta do número um do mundo para ganhar o 21º título de Grand Slam recorde no próximo Aberto da Austrália.
O advogado do governo australiano, Christopher Tran, informou ao juiz que o ministro de Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais pode cancelar o visto do atleta. Caso isso aconteça, Djokovic será deportado, correndo o risco de ficar três anos sem poder entrar no país.
Justiça
O governo da Austrália tentou adiar a audiência para quarta-feira (12), o que impossibilitaria Djokovic de confirmar sua participação no evento esportivo, mas a Justiça negou o pedido.
A tentativa ocorreu no sábado, após os advogados do tenista apresentarem documentos – um teste PCR realizado no Instituto de Saúde Pública da Sérvia – que provariam que ele testou positivo para Covid-19 no dia 16 de dezembro, situação que, segundo a defesa, daria permissão para entrar na Austrália sem estar vacinado.
Djokovic estava retido na Austrália desde a manhã da última quinta-feira (6), depois de ter apresentado à imigração um atestado de isenção de vacina, que não foi reconhecido como válido pelas autoridades.
De acordo com documentos apresentados ao Tribunal Federal, Novak Djokovic foi questionado durante 20 minutos sobre as provas para sua isenção da vacina, mas depois de quatro horas os agentes australianos consideraram que o tenista não tinha provas convincentes. Alegando cansaço, o atleta pediu para descansar antes de acionar seus advogados, mas às 7h42 de quinta-feira foi acordado e informado sobre o cancelamento do visto.
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Se o governo australiano não recorrer da decisão da Justiça ou o ministro da Imigração desistir de cancelar o visto do tenista, a desmoralização será enorme. Isso porque o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou no início da última quarta-feira (5) que o sérvio teria de provar ou apresentar alguma evidência de que não pode se vacinar contra a Covid-19.
“Se essa evidência for insuficiente, ele não será tratado de forma diferente de ninguém e estará no próximo avião para casa. Não deve haver regras especiais para Novak Djokovic. Nenhuma, de jeito algum”, ressaltou Morrison.
Depois de permanecer cerca de oito horas no aeroporto de Melbourne e ter o visto cancelado, Djokovic foi colocado em um hotel especial da imigração australiana, reservado a refugiados, onde aguardou a audiência judicial.
Os defensores do tenista e a primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabic, solicitaram à Justiça australiana que o atleta pudesse ficar no imóvel que alugou para o período do Aberto da Austrália, mas o pedido foi rejeitado.
Evento após teste positivo
Djokovic participou de um evento com jovens tenistas em Belgrado, sem usar máscara, um dia após ter supostamente testado positivo para a Covid-19. O teste RT-PCR a que se submeteu o tenista foi feito em 16 de dezembro.
Fotos divulgadas pela federação de tênis de Belgrado no Facebook mostram Djokovic entregando taças e prêmios aos melhores jovens tenistas da cidade em 17 de dezembro. Ele é visto ao lado de dirigentes da federação e cerca de 20 jovens jogadores, segurando taças e prêmios. Nas imagens ninguém está usando máscara.
Djokovic também participou de outro evento em 16 de dezembro, dia do teste, quando o serviço postal nacional sérvio lançou uma série de selos em sua homenagem. “É uma honra receber meu próprio selo sérvio”, escreveu no Instagram. “Obrigado ao meu país generoso por este presente raro”, completou
O tenista também não fez qualquer referência ao teste positivo para Covid-19, ao contrário de quando contraiu o novo coronavírus em junho de 2020. (Com agências internacionais)
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