A União Europeia (UE), os Estados Unidos e o Reino Unido incluíram nesta sexta-feira (25) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu ministro do Exterior, Sergey Lavrov, nas sanções adotadas após o início das agressões russas à Ucrânia.
Em Bruxelas, a medida foi aprovada em reunião dos ministros do Exterior da União Europeia convocada para a adoção do pacote de sanções à Rússia que, segundo o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, inclui as medidas mais rígidas já adotadas pela UE.
O pacote, aprovado pelos líderes europeus na noite anterior, atinge os setores de energia e transportes e visa asfixiar o comércio e a indústria da Rússia por meio de controles de exportações, além de congelar bens e ativos russos nos países do bloco e suspender o acesso dos bancos do país aos mercados financeiros europeus.
As medidas também ampliam o número de indivíduos russos afetados pelas sanções, que tiveram seus bens congelados e estão proibidos de entrar nos países da UE. Fontes próximas às negociações em Bruxelas afirmaram que a Alemanha e a Itália, particularmente, resistiram incialmente à inclusão de Putin e Lavrov na lista.
Mas, essa relutância se dissipou, conforme Moscou intensificava os ataques a diversas cidades ucranianas e à capital Kiev, que levaram milhares de pessoas a fugir do país.
“Vamos atingir o sistema de Putin exatamente onde deve ser atingido, não apenas economicamente e financeiramente, mas também no coração do poder”, afirmou a ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock.
UE evita medidas mais fortes
As sanções europeias entraram em vigor logo após a publicação das medidas no Diário Oficial do bloco, na noite desta sexta-feira.
Contudo, os líderes europeus não chegaram a um consenso sobre bloquear o acesso da Rússia ao Swift, sistema internacional de cooperação que permite transações financeiras entre mais de 11 mil instituições bancárias em todo o planeta.
A exclusão da Rússia do Swift teria impacto também sobre algumas economias europeias. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que tal medida poderá ser parte das sanções a serem adotadas futuramente, “em uma situação na qual possa ser necessário ir mais além”.
Na terça-feira (22), a UE já havia anunciado um pacote de sanções contra Moscou que atinge vários setores e centenas de indivíduos, incluindo políticos e empresários, e dificultam o acesso de entidades russas ao mercado europeu. O objetivo é minar a capacidade de Moscou de impor políticas agressivas.
Entre os alvos, estão cerca de 350 membros do Parlamento russo que votaram a favor do reconhecimento, por Moscou, das autoproclamadas “repúblicas populares” de Lugansk e Donetsk, além de 27 indivíduos e entidades que ameaçam a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.
Outros líderes atingidos por sanções europeias são os presidentes de Belarus, Alexander Lukashenko, e da Síria, Bashar al-Assad.
É importante ressaltar que Cuba e Irã, por exemplo, estão sob sanções há tempo, mas continuam existindo. A Síria do ditador Bashar al-Assad, um facínora descontrolado que conta com o apoio militar da Rússia, continua no poder, apesar das sanções. Isso porque os países atingidos conseguem continuar operando por meio de nações e empresas prepostas.
EUA aderem à iniciativa
Nos Estados Unidos, o Departamento do Tesouro informou que anunciará em breve os detalhes das sanções americanas contra Putin e Lavrov.
“Após um telefonema entre o presidente Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e em linha com a decisão de nossos parceiros europeus, Os Estados Unidos se unirão às sanções ao presidente Putin e ao ministro Lavrov, além de membros da equipe de segurança nacional da Rússia”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Ela afirmou que as punições a Vladimir Putin têm o objetivo de “enviar um sinal claro sobre a força da oposição a suas ações”.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério russo do Exterior, Maria Zakharova, afirmou que a imposição de sanções contra as lideranças russas reflete a “absoluta impotência” do Ocidente, no que diz respeito à sua política externa.
Conselho da Europa suspende Rússia
Os representantes permanentes dos 47 Estados-membros do Conselho da Europa – a organização pan-europeia de defesa dos direitos humanos – decidiram suspender a representação da Rússia na entidade, em razão das agressões do país à Ucrânia.
A decisão, de efeito imediato, não exclui Moscou do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), que é parte integrante do Conselho. O juiz russo na corte permanecerá como um de seus membros e as ações contra a Rússia continuarão a ser avaliadas e decididas pelo TEDH, informou a entidade.
“A suspensão não é uma medida final, mas sim, temporária, e deixa abertos os canais de comunicação”, ressaltou o Conselho, em nota.
A entidade já havia punido a Rússia após o país anexar a Península da Crimeia, em 2014, removendo o direto a voto de seus representantes. Moscou reagiu ao boicotar sessões da assembleia e suspender os pagamentos de suas contribuições ao orçamento do Conselho.
A questão foi resolvida em 2019, com a restauração dos direitos russos através de um acordo mediado pelo presidente da França, Emmanuel Macron. A intenção do líder francês era buscar uma reaproximação com a Rússia, o que gerou uma reação furiosa da Ucrânia.
A secretária-geral do Conselho, a croata Marija Pejcinovic Buric, descreveu o ataque à Ucrânia como “flagrante violação” do estatuto da entidade. “Este é um momento sombrio para a Europa e para tudo o que ela representa”, afirmou. (Com agências internacionais)
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