Refém do Centrão, Bolsonaro mostra-se “mais do mesmo” ao se calar diante de escândalos de corrupção

 
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro nega a existência de casos de corrupção no governo, escândalos surgem a todo momento na esteira da atuação criminosa do Centrão, que troca apoio político no Congresso Nacional por cargos e recursos públicos, de preferência não controlados. É o caso dos R$ 16,5 bilhões destinados ao malfadado “orçamento secreto”.

Bolsonaro, que tornou-se refém do Centrão, como temos afirmado ao longo dos últimos anos, em passado não tão distante classificou como “crime” a entrega de cargos e verbas a partidos políticos. Em 27 de outubro de 2018, um dia antes do segundo turno da corrida presidencial, Bolsonaro criticou escândalos de corrupção de gestões anteriores e, com um exemplar da Constituição Federal nas mãos, disse ser crime entregar cargos no governo para partidos políticos.

Na transmissão, Bolsonaro tentou rebater a ideia de que não teria apoio do Congresso caso fosse eleito e leu o artigo 85 da Constituição, que trata de crimes de responsabilidade.

“A partir do momento que o presidente da República, no caso do mensalão, compra parlamentares para votar de acordo com seu interesse, esse presidente está interferindo no livre exercício do poder legislativo. Então, qualquer presidente que porventura distribua ministérios, estatais ou diretorias de banco para conseguir apoio dentro do Parlamento ele está infringindo o artigo 8, inciso 2 da Constituição”, afirmou.

Os casos de corrupção pululam na Esplanada dos Ministérios desde o início do atual governo, mas Bolsonaro abusa da dissimulação para não despontar a horda de apoiadores. Com o Ministério da Educação transformado em uma usina de escândalos protagonizados pelo Centrão, o presidente da República resiste a dar um basta à roubalheira desenfreada.

 
Além disso, Bolsonaro, outrora crítico do ‘toma lá, dá cá’, admite ter distribuído cargos e recursos ao Centrão para “acalmar o Parlamento”. Como sempre faz quando está em situação de dificuldade política, o presidente novamente culpa a imprensa por levantar os escândalos de um governo corrupto e autoritário.

Ainda em 2018, na mesma “live”, Bolsoanro afirmou que poderia ser cobrado caso oferecesse ministérios e cargos a partidos para “comprar voto”. “Qualquer um pode então me questionar que eu estou interferindo no livre exercício do Poder Legislativo”, afirmou, na mesma transmissão ao vivo.

“Se os partidos cobrarem alguma coisa, eu espero que a grande mídia nos apoie e fale ‘se ele der um ministério para esse partido, ele está então infringindo o artigo 85 da nossa Constituição”, completou.

Agora, o presidente se cala diante de tantos casos de desvio de dinheiro público pelo Centrão, pois em jogo está um projeto de reeleição que desmorona com o passar dos dias e ameaça novamente a democracia. Se “escolas fake”, destinação de “kit robótica” a escolas sem infraestrutura, ônibus escolares rurais superfaturados e cobrança de propina no FNDE não são casos de corrupção, que Bolsonaro explique o que é.

Resumindo, Jair Bolsonaro é, assim como outros tantos, é a fulanização da farsa que reina na política nacional. Quando, na última eleição presidencial, o UCHO.INFO afirmou que Bolsonaro é incompetente e desprovido de estofo para cargo de tamanha relevância e responsabilidade, destacando que se tratava de “mais do mesmo”, fomos massacrados pela ensandecida malta bolsonarista. Por sorte, o tempo mostrou-se mais uma vez senhor da razão.

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