Ucrânia alerta para possível uso de arma química pela Rússia em Mariupol

 
Autoridades da Ucrânia estão analisando relatos de que a Rússia pode ter usado armas químicas em seus esforços para sitiar a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, afirmou nesta terça-feira (12) a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar.

“Existe uma teoria de que poderiam ser munições de fósforo”, disse Malyar em entrevista à televisão, acrescentando que “informações oficiais virão mais tarde”.

O Ministério da Defesa da Rússia não se pronunciou imediatamente. Forças separatistas apoiadas por Moscou, por sua vez, negaram ter usado armas químicas enquanto tentavam tomar o controle de Mariupol, segundo a agência de notícias independente russa Interfax.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também alertou que a Rússia poderia usar armas químicas na Ucrânia e disse que Kiev leva essa ameaça a sério.

“Hoje os ocupantes emitiram uma nova declaração, que testemunha sua preparação para uma nova fase de terror contra a Ucrânia e nossos defensores”, disse Zelensky nesta terça-feira. “Um dos porta-vozes dos ocupantes afirmou que poderiam usar armas químicas contra os defensores de Mariupol. Levamos isso o mais a sério possível.”

O Reino Unido e os Estados Unidos afirmaram estar cientes dos relatos de que Moscou pode ter usado agentes químicos em Mariupol, ao passo que Londres informou que já está trabalhando com parceiros para verificar esses relatos.

O ministro britânico das Forças Armadas, James Heappey, declarou que, se a informação for confirmada, o presidente russo, Vladimir Putin, “precisa saber que todas as opções possíveis estão sobre a mesa, em termos de como o Ocidente pode responder”. “Algumas coisas estão além dos limites, e o uso de armas químicas terá uma resposta.”

 
“Qualquer uso de tais armas seria uma escalada insensível neste conflito e vamos responsabilizar Putin e seu regime”, acrescentou a secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, Elizabeth Truss.

Já o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, disse na segunda-feira que Washington estava ciente dos relatos, mas também não podia confirmá-los.

“Essas informações, se verdadeiras, são profundamente preocupantes e refletem as preocupações que tivemos sobre o potencial da Rússia em usar uma variedade de agentes de controle de distúrbios, incluindo gás lacrimogêneo misturado com agentes químicos, na Ucrânia”, afirmou o americano.

“Drone com substância venenosa”

Os relatos surgiram pela primeira vez na segunda-feira, quando o Batalhão Azov, da Ucrânia, afirmou que um drone russo havia lançado uma “substância venenosa” sobre tropas e civis em Mariupol.

O batalhão alegou que as vítimas estavam com insuficiência respiratória e problemas neurológicos. “Três pessoas têm sinais claros de envenenamento por produtos químicos de guerra, mas sem consequências catastróficas”, afirmou o líder do batalhão, Andrei Biletsky, em uma mensagem de vídeo no Telegram.

Biletsky acusou os russos de usarem armas químicas durante um ataque à grande usina metalúrgica Azovstal, perto do porto da cidade. Agências de notícias não conseguiram verificar as alegações, que foram compartilhadas por legisladores ucranianos.

Um assessor do prefeito de Mariupol reiterou no Telegram que o suposto ataque químico “não está confirmado no momento”. “Estamos aguardando informações oficiais dos militares”, escreveu Petro Andryushchenko. (Com agências internacionais)

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