A Rússia renovou o ultimato para que os combatentes ucranianos na cidade de Mariupol se rendam e deponham as armas, enquanto suas tropas intensificavam os ataques no Leste do país nesta terça-feira (19). Em meio ao recrudescimento da ofensiva russa, líderes ocidentais prometeram reforçar o envio de armamentos a Kiev.
Milhares de soldados russos, apoiados por ataques de artilharia e de mísseis, avançaram em diversas regiões na região Leste ucraniana.
Tropas russas tomaram a cidade de Kreminna, a primeira a cair desde o início da nova fase da invasão russa. A localidade de 18 mil habitantes fica no entorno de Lugansk, uma das duas províncias separatistas na região de Donbass.
As tropas invasoras continuam a cercar as forças defesa ucranianas no complexo siderúrgico Azovstal, o último bastião da resistência em Mariupol. Com a aproximação do fim do prazo dado por Moscou para que os soldados ucranianos se rendessem, o Kremlin anunciou uma ampliação do ultimato até esta quarta-feira.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que nenhum soldado ucraniano se entregou até o momento em Mariupol, motivo pelo qual decidiu dar mais tempo para uma possível rendição. Entretanto, os comandantes da resistência ucraniana prometeram que não vão desistir.
O cerco a Mariupol teve início nos primeiros dias da invasão russa. Dezenas de milhares de pessoas ainda estão presas na cidade, sem acesso a água ou alimentos. O governo ucraniano afirma que mais de 20 mil pessoas morreram em razão dos intensos bombardeios.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a situação em Mariupol é a pior possível, e acusou a Rússia de bloquear todas as tentativas de organizar corredores humanitários para permitir a retirada de civis.
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O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse que Moscou avança “metodicamente” em seus planos para “liberar” as províncias de Lugansk e Donetsk. Moscou exige que o domínio dessas duas regiões seja entregue aos grupos separatistas que realizam uma insurgência em Donbass desde 2014.
Kharkiv, a segunda maior cidade do país, também foi atingida por bombardeios nesta terça-feira. Autoridades locais disseram que os ataques, que destruíram edifícios residenciais e outras estruturas, mataram ao menos quatro pessoas e feriram outras 14.
Ocidente promete reforçar ajuda militar
Após uma reunião por videoconferência entre os líderes de diversas nações ocidentais, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá prometeram enviar à Ucrânia novas remessas de armamentos para reforçar as defesas do país.
“Continuaremos a fornecer mais munição, enquanto enviamos mais assistência militar”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Ela afirmou ainda que novas sanções contra Moscou estão sendo preparadas.
O presidente americano, Joe Biden, deve anunciar nos próximos dias um novo pacote de ajuda militar semelhante ao da semana passada, no valor de US$ 800 milhões.
A Alemanha se comprometeu a enviar sistemas de defesa antitanque e antiaérea, além de financiar compras de armamentos por parte do governo ucraniano.
Zelensky, no entanto, criticou a demora dos países ocidentais em fornecer ajuda ao país. “É injusto que a Ucrânia tenha que pedir armamentos que estão encostados há anos nos depósitos de nossos parceiros”, afirmou.
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