O cargo de chefe de Estado não é para qualquer um. É preciso responsabilidade para representar uma nação no cenário internacional, evitando gafes de toda ordem. Isolado no campo da diplomacia, o presidente Jair Bolsonaro desconhece os mais básicos protocolos que permeiam a Presidência da República, envergonhando os brasileiros a todo momento.
A viagem de Bolsonaro a Londres, onde participou do funeral da rainha Elizabeth II, apenas confirmou o que afirmamos em matérias anteriores: a ida à capital inglesa seria usada para fins eleitorais. O presidente mostrou-se irritado quando questionado sobre o uso político-eleitoral da viagem, mas não há como negar o óbvio.
Com a mesma insensatez que marcou suas declarações sobre as mais de 680 mil mortes por Covid-19, Bolsonaro falou sobre as expectativas em relação à cerimônia fúnebre. O presidente afirmou “não ter expectativa”, por se tratar de um dia “que vai chegar para todos”. Só faltou o chefe do Executivo federal dizer que “não é coveiro”.
Por esse prisma, Bolsonaro poderia ter economizado o suado dinheiro do contribuinte, não participando do funeral de Elizabeth II. Sem contar que pouparia os brasileiros de mais um vexame oficial. Se o presidente insiste em tratar a morte com simplicidade torpe e rasteira, ignorando o momento vivido pela família real, não há outra explicação para a fatídica viagem, que não o interesse eleitoral.
A imprensa internacional e autoridades britânicas e globais não economizaram palavras para criticar a postura de Bolsonaro, que não demonstrou respeito à falecida monarca, aproveitando a ocasião para criticar seu principal adversário na corrida ao Palácio do Planalto.
Em mais um ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente não deixou dúvidas a respeito do motivo da viagem. De acordo com Bolsonaro, “segundo a escritura”, todos terão o seu veredito e que “lá não tem como alguns do Supremo [STF] para ‘descondenar’ uma pessoa e tornar ela elegível”.
Essa foi a forma que Bolsonaro encontrou para novamente atacar o ex-presidente Lula, após o STF anular as ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, em razão dos absurdos praticados pelo ex-juiz Sérgio Moro e por Deltan Dallagnol.
Sem que apoiadores ou jornalistas mencionassem o assunto, Bolsonaro citou o escândalo dos 51 imóveis comprados com dinheiro vivo por sua família ao longo de 30 anos, revelado por reportagem do site UOL.
“Os imóveis do Bolsonaro! Canalhice a questão dos imóveis, pegaram dez parentes meus que têm vida própria… Dinheiro vivo? Onde é que tem isso na escritura? Covardia, covardia. Três anos e meio sem corrupção, qual a corrupção do meu governo? Tão com saudade daquela patifaria?”.
Como já destacamos, Jair Bolsonaro, na condição de cidadão comum, tem o direito de negar os fatos, mas como presidente da República tal postura é inaceitável. Além dos imóveis adquiridos com dinheiro em espécie, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já utilizou R$ 3 milhões em dinheiro vivo, fruto das criminosas “rachadinhas”.
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.
