Dono de invejável habilidade política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem surpreendido quem acompanhou sua trajetória, desde a vida sindical até o Palácio do Planalto. Em seu terceiro mandato como presidente da República, que na opinião do UCHO.INFO deveria ser um mandato de redenção, Lula tem se deixado levar pelo revanchismo e por opiniões tóxicas de alguns setores da esquerda. Esse comportamento preocupa, principalmente se considerarmos que durante a campanha o petista prometeu pacificar o País.
Durante discurso no evento em comemoração do Dia do Trabalho, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista, Lula, em dado momento, afirmou voltou a mencionar a fracassada tentativa de golpe, em 8 de janeiro, quando terroristas bolsonaristas invadiram as sedes dos três Poderes, deixando impressionante rastro de destruição.
“Quero terminar dizendo para vocês: todas as pessoas que tentaram dar golpe serão presas, esse país quer democracia de verdade, quer respeito. Por isso, companheiros e companheiras, queria estar vendo vocês, mas eu não posso. Companheiros da imprensa, obrigado pelo carinho, muito obrigado e um abraço, companheiros. E até a nossa vitória, se Deus quiser”, declarou.
Ao presidente Lula não cabe decidir quem será preso, assunto de competência do Judiciário, que no caso em questão tem agido com firmeza e celeridade. Dizer que os golpistas serão presos nada resolve. Além disso, eventuais condenações dependem da comprovação da do crime, como manda a legislação penal. É importante lembrar que independentemente do crime cometido, todo acusado tem direito à ampla defesa, ao devido processo legal e ao contraditório
Não se trata de minimizar a tentativa de golpe, mas cobrar que ações penais não ultrapassem os limites da lei, pois do contrário o criminoso se transforma em vítima do Estado, como aconteceu em muitas investigações. As operações Satiagraha, Castelo de Areia e Lava-Jato não deixam dúvidas a respeito do tema.
Experiente e com dois mandatos presidenciais no currículo, Lula deveria não apenas defender a independência dos Poderes constituídos, mas colocar em prática o próprio discurso. O Judiciário tem mostrado competência ao tratar da tentativa de golpe.
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