CPMI dos Atos Golpistas: Mauro Cid usa farda para passar imagem de seriedade e decide ficar em silêncio

 
A genética golpista do governo de Jair Bolsonaro continua aflorando. Ex-ajudante de ordens do então presidente da República, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid depõe nesta terça-feira (11) na CPI dos Atos Golpistas, depois que a Polícia Federal encontrou em seu celular troca de mensagens sobre um plano de golpe de Estado.

Cid está preso há aproximadamente dois meses por envolvimento em fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de alguns asseclas e familiares, o que configura crime.

O militar decidiu comparecer à CPMI trajando farda, cujo objetivo é, segundo o próprio depoente, passar aos parlamentares uma imagem de seriedade. Beira o delírio a argumentação de Cid, pois não pode ser considerada séria uma pessoa que planejou um golpe de Estado e fraudou cartões de vacinação.

 
O tenente-coronel anunciou no início do depoimento que permanecerá em silêncio, direito que o depoente tem de não produzir provas contra si. Além disso, o silêncio do ex-ajudante de ordens pode ser um último recado a Bolsonaro, que continua ignorando a situação do aliado. O pai de Mauro Cid, que é general da reserva, disse logo após a prisão que o filho não aceitaria ser abandonado.

A estratégia de Mauro Cid de usar a farda durante o depoimento é um equívoco, pois coloca as Forças Armadas, em especial o Exército, na berlinda. Isso porque depreende-se dessa situação que fraudes e ameaças à democracia são normais na força terrestre.

Não bastassem os escândalos que trincaram a imagem do Exército, como, por exemplo, a atuação de Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde e o caso da compra de picanha, comprimidos de Viagra e próteses penianas, tudo com o suado dinheiro do contribuinte, agora Mauro Cid surge em cena protagonizando mais uma patacoada. Coisas do Brasil, onde os militares são quase intocáveis.


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