O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta terça-feira (19) que o acordo de colaboração premiada de Ronnie Lessa no escopo das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao fazer acordo de delação, o investigado se compromete com a Justiça e o Ministério Público a revelar o que sabe sobre determinado crime em troca de redução da pena. As informações repassadas devem ser passiveis de comprovação. No ato da homologação, a Justiça reconhece a legalidade do acordo de colaboração e o respectivo cumprimento dos requisitos.
Lessa está preso desde 2019 sob acusação de ser um dos executores do assassinato de Marielle Franco.
A polícia busca identificar os mandantes da morte de Marielle e de Anderson. De acordo com o ministro da Justiça, após a homologação da delação, a conclusão do caso será “breve”.
“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, afirmou Lewandowski
Quem é Lessa?
Ronnie Lessa era policial militar do Rio de Janeiro e foi expulso da corporação na esteira das investigações do caso. Na delação de outro acusado de ser executor do crime, Élcio de Queiroz, Lessa é apontado como autor dos disparos.
Em 2021, Lessa foi condenado a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada posteriormente para 5 anos. O Ministério Público afirma que ele jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.
Antes de atuar na PM, Lessa passou pelo Exército. Em 1992, como policial militar, trabalho como adido na Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Desde então, de acordo com os investigadores, Lessa alavancou sua carreira o mundo do crime. A exemplo de agentes em situação semelhante, conhecia mais as ruas do que os policiais civis.
Lessa sempre se destacou pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos, perfil que pode ter dificultado as investigações sobre o duplo homicídio.
Nos bastidores da polícia fluminense comenta-se que a fama de Lessa despertou o interesse do contraventor Rogério Andrade, que tinha disputa com o também contraventor Fernando Ignácio de Miranda.
De chefe da segurança da família do bicheiro Rogério de Andrade, Lessa passou participar dos negócios do contraventor, de acordo com investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro. Os promotores obtiveram provas de que, a partir de abril de 2018, um mês após os assassinatos da Marielle e Anderson, a relação entre Lessa e Rogério Andrade ficou mais próxima.
Mensagem encontrada no celular de Lessa mostra diálogo em que ele cita encontro com Gustavo de Andrade, filho de Rogério. O teor do diálogo revela que Lessa foi indicado para resolver “burocracias” relacionadas a um bingo clandestino de Andrade que seria instalado na Barra da Tijuca.
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.
