O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou, nesta terça-feira (23), ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) sob acusação de ter ordenado um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a confecção de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Gonet acusa a parlamentar bolsonarista de crimes de invasão de dispositivo de informática e falsidade ideológica. O hacker Walter Delgatti, responsável pela invasão, também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa de Zambelli criticou a denúncia, a primeira apresentada por Gonet ao STF desde que assumiu o comando do órgão, em dezembro.
Zambelli é aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro e também disseminava informações falsas contra o sistema eleitoral.
Apoiadora do golpista Jair Bolsonaro, Zambelli entrou na mira da Polícia Federal após o hacker Walter Delgatti ter confirmado o recebimento de pagamentos da equipe da deputada para realizar a invasão ao CNJ. A PF rastreou pagamentos de um assessor de Zambelli para Walter Delgatti.
Delgatti disse aos investigadores que a deputada solicitou que o sistema da Justiça Eleitoral fosse invadido, mas que não logrou êxito na empreitada. A parlamentar disseminava informações falsas sobre o sistema eleitoral.
Por ocasião da revelação dos fatos, Carla Zambelli negou relação com a invasão ao sistema do CNJ e disse ter contratado o hacker para reformular suas redes sociais. Como sempre acontece no universo político, denúncias são sempre negadas pelos acusados, que usam a dissimulação como instrumento de defesa.
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O que diz a defesa
A defesa de Carla Zambelli afirmou, em nota, ter recebido a denúncia “com surpresa”, “já que inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgati a praticar as ações que praticou”.
“A narrativa dele acusando a deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada.”
Para resolver essa esperada guerra de narrativas basta uma acareação entre Zambelli e Delgatti, já que a PF identificou pagamentos de um assessor da parlamentar para o hacker. Em qualquer país minimamente sério – não é o caso do Brasil –, Carla Zambelli estaria presa e sem o mandato parlamentar.
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