FBI investiga nova tentativa de assassinato contra Donald Trump

 
Ferido num atentado em julho, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, foi aparentemente alvo de uma nova tentativa de assassinato neste domingo (15), quando jogava golfe numa de suas propriedades no estado americano da Flórida.

Um agente do Serviço Secreto abriu fogo na direção de um homem armado com um fuzil de assalto AK-47 que estava de tocaia junto à cerca do clube, a algumas centenas de metros de Trump. O suspeito tentou fugir, mas foi capturado. Trump foi retirado às pressas do campo de golfe e levado para um local seguro.

Disparos, fuga e prisão

De acordo com autoridades locais, Trump estava jogando golfe no Trump International Golf Course, em Palm Beach, por volta de 13h30 no horário local (14h30 em Brasília) quando um agente do Serviço Secreto viu um cano de fuzil surgir de um buraco da cerca da propriedade, a cerca de 350 metros ou um buraco do campo à frente de onde o ex-presidente jogava.

O agente então abriu fogo na direção de um homem que empunhava o fuzil. O suspeito então fugiu num veículo Nissan preto, segundo relatou uma testemunha. Ele acabou sendo capturado pouco depois numa estrada próxima pela polícia local. Várias vias da região foram bloqueadas por agentes de segurança.

De acordo com a polícia local, agentes de segurança encontraram um fuzil AK-47, uma câmera GoPro e sacolas junto aos arbustos onde o suspeito estava de tocaia.

“O pessoal do Serviço Secreto abriu fogo contra um atirador. Não temos certeza se o indivíduo conseguiu atirar em nossos agentes”, disse Rafael Barros, agente do Serviço Secreto responsável pela área.

“Estou seguro e bem”, diz Trump

Ainda segundo as autoridades locais, Trump foi retirado do campo de golfe após o alerta e levado para a sede do clube, que fica a cerca de 8 quilômetros da residência do republicano em Mar-a-Lago. O republicano havia tirado o dia de folga para jogar golfe após participar de eventos de campanha nos estados de Nevada e Utah.

Em e-mail enviado pouco depois para doadores, Trump afirmou que estava “seguro e bem”. “Houve tiros na minha vizinhança, mas antes que os rumores comecem a sair de controle, eu queria que você ouvisse isto primeiro: eu estou seguro e bem!”, diz o e-mail. “Nada vai me deter. Eu nunca me renderei! Eu sempre amarei vocês por me apoiarem.”

Pouco depois, o FBI, a polícia federal americana, confirmou que está investigando “uma aparente tentativa de assassinato” de Trump.

“O FBI respondeu a [um chamado em] West Palm Beach, na Flórida, e está investigando o que parece ser uma tentativa de assassinato do ex-presidente Trump”, comunicou a agência.

Em nota divulgada pela Casa Branca, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris — adversária de Trump na eleição presidencial americana — disseram-se “aliviados” ao saber que o republicano está “são e salvo”.

“O presidente e o vice-presidente foram informados sobre o incidente de segurança no Trump International Golf Course, onde o ex-presidente Trump estava jogando golfe. Eles estão aliviados em saber que ele está seguro”, disse a Casa Branca em comunicado.

Suspeito é homem de 58 anos

A identidade do suspeito não foi oficialmente revelada, mas, segundo o tabloide New York Post e a agência AP, que citaram fontes de segurança, trata-se de Ryan W., um homem de 58 anos que é natural do estado do Havaí.

De acordo com a polícia local, o suspeito aparentou calma quando foi preso e não tinha nenhuma arma no veículo. Contas em redes sociais com o mesmo nome do suspeito mostram publicações em tom delirante e paranoico entre 2020 e as últimas semanas.

Publicações na rede social X (antigo Twitter), por exemplo, mostram tentativas suplicantes de contato com cantores como Bruno Mars e Sting e políticos americanos e ucranianos para tratar de temas como uma “composição de uma música para ajudar a Ucrânia” e um suposto recrutamento de mercenários afegãos para lutar no conflito no Leste Europeu.

Numa das publicações de 2023, a conta em nome de W. no X lamenta, sempre em tom delirante, que tem “20 mil soldados sírios e afegãos” sob seu comando e que a Ucrânia não está disposta a empregá-los.

Em outras publicações, ele pede aos atores Seth Rogen e James Franco para que se encontrem com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e mostrem que os EUA “são amigos”. Em outras mensagens, dirigidas a Kim, ele se ofereceu como guia para que o ditador conheça as praias do Havaí e pediu um cargo de embaixador para negociar o fim das sanções americanas ao país.

Trump sofreu atentado em julho

O candidato republicano à presidência dos EUA foi alvo de um atentado a tiros em julho, enquanto discursava em um comício num campo aberto em Butler, na Pensilvânia.

Na ocasião, Trump sofreu ferimentos leves. O atirador foi morto. Um espectador do comício acabou sendo morto pelo agressor. À época, as falhas na segurança provocaram fortes críticas contra o Serviço Secreto, e então diretora do órgão acabou pedindo demissão. (Com agências internacionais)


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