Sinal verde – Os cinco governadores do PSB e do PT do Nordeste articulam, em parceria com a equipe de transição, uma mudança na estrutura administrativa do governo federal. A ideia é retirar do Ministério da Integração Nacional os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento regional, como o Departamento Nacional de Obras contra a Seca, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste.
Essas autarquias passariam a responder diretamente à Presidência da República. Há também a sugestão para que o Banco do Nordeste tenha vida própria. O BNB, segundo o site da instituição, é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina. O balanço de 2009 informa que as operações contratadas chegaram a R$ 2,1 bilhões. No entanto, é subordinado ao Ministério da Fazenda e depende do humor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para a liberação dos recursos de financiamentos. O BNDES tem previstos para investimentos, em 2011, R$ 145 bilhões.
As articulações foram confirmadas pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), atualmente a liderança mais importante da região. O tema, além de espaços no ministério do novo governo, foi debatido na terça-feira (7) durante o encontro dos governadores do partido em Brasília. O PSB conseguiu eleger seis governadores em outubro, dos quais três no Nordeste (Piauí, Pernambuco e Ceará). O PT elegeu cinco governadores, dos quais dois são do Nordeste (Bahia e Sergipe)
Nesta semana, Eduardo Campos esteve reunido com os governadores reeleitos da Bahia, Jaques Wagner, e de Sergipe, Marcelo Déda, ambos do PT. À agência “Política Real”, Campos explicou que é fundamental que esses órgãos [Codevasf, BNB, Sudene e DNOCS] sejam comandados efetivamente a partir da Presidência da República.
Outra proposta levantada à reunião, segundo o pernambucano, é o fortalecimento das cadeias produtivas que, segundo o governador, são importantes para a geração de empregos na região, como a indústria têxtil e de calçados. “É preciso um trabalho mais articulado, um pensar estratégico da questão nordestina”, recomenda.