Sem planejamento – Para enfrentar as consequências da crise financeira internacional, a que chamou de “marolinha”, Luiz Inácio da Silva não apenas pediu aos brasileiros para que mantivessem o consumo em alta, mas providenciou benesses fiscais que produziram índices recordes de endividamento das famílias. No rastro do derrame de R$ 650 bilhões em crédito ao consumidor, o que equivale a aproximadamente 50% do Produto Interno Bruto (PIB), houve uma enxurrada de carros novos nas cidades, sendo que nas grandes metrópoles esse consumismo descontrolado intensificou a já caótica situação do trânsito. E o governo federal não separou um centavo sequer para soluções viárias e ecológicas, uma vez que a emissão de gases causadores do efeito estufa aumentou.
Saindo das cidades rumo às estradas, o número de caminhões novos também cresceu. Somente no período de janeiro a novembro deste ano, 140 mil novos caminhões foram emplacados em todo o País, 31 mil a mais do que em 2009. Se por um lado esse aumento da frota de caminhões traduz um momento bisonho da economia nacional, por outro as estradas federais – e muitas estaduais também – estão em situação de quase abandono.
Desde que chegou ao poder, o gazeteiro Lula da Silva só falou na herança maldita deixada por seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, e prometeu revolucionar a malha rodoviária. O máximo que o presidente-metalúrgico foi fechar os olhos para os escândalos que os dirigentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o polêmico Dnit, protagonizaram ao longo dos últimos anos. Fora isso, as estradas podem ser traduzidas por uma só palavra: buraco.