Face lenhosa – Luiz Inácio da Silva é um oportunista contumaz, o que o faz um político difícil de ser combatido, pois usar determinadas situações para ludibriar a opinião pública é uma das suas mais notórias especialidades. Faltando menos de três semanas para que se despeça da Presidência da República, Lula decidiu pegar carona no imbróglio do Wikileaks, site que divulgou o conteúdo de polêmicas correspondências da diplomacia norte-americana.
Depois que Julian Paul Assange tornou-se alvo de retaliações por parte da Casa Branca, o presidente-metalúrgico passou a defender o direito do jornalista australiano de divulgar as tais correspondências, alegando que a rede mundial de computadores surgiu para democratizar o acesso às informações.
Esse repentino “bom mocismo” do presidente-metalúrgico desaparece quando o assunto é a tentativa do governo do ditador Hugo Chávez de inserir a internet em lei que regulamenta os meios de comunicação da Venezuela, conforme proposta enviada ao parlamento do vizinho país. A iniciativa partiu do partido de Chávez e está sendo classificada pela oposição como uma tentativa de aumentar a censura na Venezuela. O projeto propõe inclusive restringir o acesso a sítios eletrônicos que veiculam mensagens ou informações contra o tiranete sul-americano.
No contraponto, o presidente Lula silenciou diante da decisão do governo chinês de condenar a onze anos de prisão o dissidente Liu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2010 e que não esteve presente à cerimônia realizada há dias em Oslo, capital da Noruega.
Conhecido capacho do comunismo internacional, o presidente-metalúrgico se acovarda diante dos ícones do esquerdismo planetário, repetindo a sua vexatória genuflexão diante dos irmãos Castro, que permitiram que o dissidente Orlando Zapata Tamayo fosse à morte depois de uma greve de fome. Na ocasião, Lula comparou os presos cubanos aos marginais detidos nas penitenciárias brasileiras. Mesmo assim, um cidadão desse naipe acredita ter entrado para a História pela porta da frente.