Barril de pólvora – Substituta de Paulo Vannuchi na Secretaria dos Direitos Humanos, a petista Maria do Rosário (RS) assumiu o cargo na segunda-feira (3) embalada por um discurso que há muito causa discórdias na Esplanada dos Ministérios. Em seu discurso de posse, a nova ministra pediu aos parlamentares a aprovação do projeto que cria a chamada Comissão da Verdade, cujo objetivo é esclarecer os crimes cometidos durante a ditadura militar. “O Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura”, declarou Maria do Rosário, lembrando que não se trata de revanchismo.
Diante do ministro da Defesa, o também gaúcho Nelson Jobim, Maria do Rosário foi além ao afirmar “certamente entre as Forças Armadas existe também o desejo de que tenhamos juntos esse processo constituído”.
A Lei da Anistia concedeu regalias a todos os envolvidos no mais negro período da história brasileira, o que em tese impede qualquer tipo de caça às bruxas, como quer a ala mais radical da esquerda tupiniquim. Passar a história a limpo é algo importante e necessário, desde que inexistam imparcialidades. Se o objetivo da ministra é levantar poeira logo nos primeiros dias de sua estada na Secretaria de Direitos Humanos, que os atos praticados pelos terroristas que integraram a luta armada também devem ser revelados sem censura. Caso isso ocorra, alguns badalados integrantes da esquerda nacional por certo enfrentarão de constrangimento, pois sobreviveram às custas de covarde delação.
Para que não pairem dúvidas sobre o tema, a Justiça Militar impediu, durante o recente período eleitoral, o acesso ao processo que Dilma Rousseff é a parte principal. Tudo porque a magistratura entendeu que qualquer vazamento de informações poderia interferir no resultado das eleições. E a presidente Dilma tem muito a explicar. Ou seja, o PT descarta o revanchismo, mas o que se pretende é dar início a uma interminável caça às bruxas. Sendo assim, o período de caça deve avançar para ambos os lados.