Queda de braço – A decisão de alijar o PMDB do núcleo duro do governo pode trazer em breve novos e sérios problemas para a presidente Dilma Vana Rousseff, que desde a posse se dedica a apagar as chamas que ardem na disputa política por cargos no primeiro e segundo escalões da máquina federal. Maior e mais importante partido da base de sustentação do governo no Congresso Nacional, o PMDB quer ter assento no grupo palaciano que decide os rumos da política nacional, assunto que a presidente Dilma descarta a reboque da pressão exercida por assessores.
A postura intransigente de Dilma Rousseff cresce na medida em que são vencidos os primeiros dias de sua estada no Palácio do Planalto, mas no contraponto aumenta a probabilidade de uma intifada no parlamento. Vice-presidente da República, Michel Temer se esforça para fazer a ponte entre o Palácio do Planalto e o PMDB, mas a tarefa torna-se cada vez mais difícil. Após ser pressionada com a ameaça de um uníssono pedido de aumento do salário mínimo, atualmente fixado em R$ 540 por Medida Provisória editada por Lula da Silva, a neopetista Dilma encontrou antídotos para frear o apetite do PMDB.
Antes da demissão de Lina Maria Vieira da Secretaria da Receita Federal, a então ministra-chefe da Casa Civil tentou interceder a favor da família Sarney, que à época era alvo de investigações comandadas pelo órgão. Mesmo tendo negado os fatos, Dilma pediu a Lina Vieira para que as investigações fossem abreviadas. Agora, com a ameaça de prisão do empresário Fernando Sarney, acusado pela Polícia Federal de lavagem de dinheiro e outros crimes, o entourage palaciano começa a retomar a calma que reinava antes da posse. Tudo porque o senador José Sarney (AP), pai do empresário investigado e um dos caciques do PMDB, quer ver o filho longe das grades e continua alimentando o sonho da reeleição à presidência do Senado federal.
Quando, durante a corrida presidencial, o ucho.info noticiou que, por conta das incertezas que rondam a saúde de Dilma Rousseff, o staff petista passou a trabalhar com um “plano B” como forma de no futuro engessar o PMDB no caso de a legenda eventualmente chegar ao ápice do poder, muitos se posicionaram contra a nossa tese. A prova maior vem sendo escancarada pelas decisões da própria Dilma.