Nota contraditória – O Movimento Pró-Vida, da cidade de Anápolis, em Goiás, não está para brincadeira. Avisa em seu sítio eletrônico que a “desconstrução da heteronormatividade” é na verdade um movimento para destruição da família. O líder da entidade é o padre Luiz Carlos Lódi, que não foi encontrado na tarde desta quinta-feira (13) pela reportagem do ucho.info para explicar melhor a divulgação de uma nota em que afirma que, após a eleição da presidente Dilma Rousseff, “houve notícias tristes, mas não surpreendentes”.
O religioso se refere a uma série de medidas que beneficiam a política da descriminalização. “No ministério composto por Dilma, encontramos a defesa da descriminalização do aborto e do uso de drogas, assim como o combate à homofobia”.
O padre lembra que, em 6 de janeiro de 2011, foi publicada no Diário Oficial da União a resolução 1957/2010 do Conselho Federal de Medicina, que estendeu a duplas homossexuais o direito à “reprodução assistida”. “O Ministério do Turismo prevê neste ano um incentivo ao turismo homossexual, baseado em um acordo assinado entre Abrat GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes) e a Embratur em 21/10/2010”.
Na campanha eleitoral de outubro de 2010, o padre Lódi fez campanha a favor do candidato José Serra (PSDB), utilizando argumentos do fundador do movimento e arcebispo emérito de Anápolis, d. Manoel Pestana Filho, segundo o qual a eleição do tucano representaria a escolha por um “incêndio limitado”, enquanto Dilma seria a “catástrofe incontrolável”.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (13), segundo informa a “Agência Estado”, o padre Lódi menciona trecho de uma entrevista da ministra Iriny Lopes (PT-ES), da Secretaria de Políticas para as Mulheres, na qual ela afirma não ver como obrigar alguém a ter um filho que não se sente em condições de ter. Para a ministra, ter filho ou não seria uma decisão individual, que deve ser respeitada.
A nota também menciona entrevistas concedidas pelos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos. O primeiro é citado por defender uma discussão pública, de toda a sociedade, sobre a descriminalização do uso de drogas. Já Maria do Rosário é lembrada por ter anunciado em seu discurso de posse que pretende adotar medidas de combate à homofobia.
O Movimento Pró-vida é também conhecido como “Pro-Life”, termo usado em países de língua inglesa para defender o direito fundamental à vida. De acordo com informações do “Wikipedia”, sua principal argumentação contra o aborto baseia-se nas descobertas científicas, sobretudo da embriologia e genética, de que a vida humana começa na fecundação, e na filosofia do “respeito à vida inocente”.
A grande maioria das ações de movimentos pró-vida é pacífica, realizando manifestações, campanhas de oração, esclarecimento e todo tipo de auxílio a mães que pensam em abortar. Em casos extremos, no entanto, alguns indivíduos de movimentos autodesignados “pró-vida” levam a cabo ataques a clínicas onde se pratica aborto, e a profissionais que nelas trabalham.