Brincadeira oficial – Há fatos no cotidiano político do planeta que são absolutamente inexplicáveis. Iniciada no último domingo (6) e com encerramento agendado para o próximo dia 11 de fevereiro, a 11ª edição do Fórum Social Mundial, que acontece em Dakar, capital do Senegal, serviu de palco para uma dessas tantas inexplicabilidades.
Um dos convidados de honra do evento, que na segunda-feira (7) vociferou seu conhecido messianismo maroto, foi o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que entoou o canto pelo fim da fome no mundo, mas deixou de contar aos seus espectadores que, em 2010, o aumento do salário mínimo foi insuficiente para cobrir as reais perdas ocasionadas pelo retorno da inflação e que a fome por aqui continua rondando a casa de milhões de brasileiros.
De igual modo, Lula, em atitude típica de sátrapa, não revelou aos seus pares de Fórum que o “Bolsa Família” em momento algum acabou com a fome no Brasil, mas garantiu, sim, a formação e manutenção de um obediente curral eleitoral, que entre tantas coisas permitiu a eleição de sua pupila, a neopetista Dilma Rousseff.
Para liderar a comitiva oficial e fazer com que o Brasil seja conhecido pelas utopias palacianas, a presidente Dilma Rousseff escalou ninguém menos que Gilberto Carvalho, ministro que responde pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Para que os leitores não fiquem com dúvidas a respeito da intimidade do estafeta presidencial com as causas sociais, Gilberto Carvalho é o mesmo que foi flagrado pela polícia em conversas telefônicas, após o bárbaro assassinato de Celso Daniel, dizendo à agora ministra Miriam Belchior (Planejamento) que na ocasião ela desempenhava com destreza o papel de viúva.
Para que a participação brasileira no Fórum Social Mundial fosse completa, a Câmara Municipal de São Paulo também enviou ao Senegal o seu representante. Como se uma das maiores cidades do planeta fosse um circo a céu aberto, o Legislativo paulistano escolheu o vereador Netinho de Paula (PCdoB) para representá-lo em terras africanas. Diante de tamanho escárnio, registramos ser difícil compreender a complexidade do raciocínio de alguém que escolhe um famoso espancador de mulheres como representante em evento dessa natureza. Provavelmente isso aconteceu porque na cabeça desses malabaristas do pensamento ainda ecoa a tese do filósofo (sic) Lula, que certa vez disse “nunca antes na história deste país”.