Degradada pelos desmandos palacianos, diplomacia brasileira é um agrupamento de arlequins

Piada desnecessária – Ao longo dos anos, a diplomacia brasileira vem sendo corroída pela incompetência de muitos que, com excesso de soberba e doses de genialidade de camelô, estiveram à frente do mais importante setor de representação internacional do País. E essa corrosão ganhou reforço extra no governo do gazeteiro Luiz Inácio da Silva, que usou falácias na tentativa fracassada de encantar governantes pelo mundo afora. Acostumados à mordomia e aos salamaleques protocolares, nossos diplomatas, com raríssimas exceções, se especializaram em maltratar em paragens estrangeiras aqueles que pagam seus abastados salários.

Um desses títeres do agora avermelhado Itamaraty é o vice-cônsul do Brasil em Xangai, Joel Sampaio, que abusou da ironia ao conceder rápida entrevista à Globo News. Perguntado se as dificuldades que marcam o mundo dos negócios chineses não representam um “bicho-papão” para os brasileiros que decidem investir na terra da Grande Muralha, Sampaio disse, em tom de deboche, que isso só acontece para “os que estão sentados na Avenida Paulista”. O diplomata (sic) tupiniquim fez referência aos integrantes da Fiesp, como se a entidade que reúne empresários do mais rico e importante estado do País fosse uma congregação de pessoas indolentes e incompetentes, acostumadas ao oportunismo criminoso e ao lucro fácil. Ignora o vice-cônsul e dublê de gênio que provavelmente boa parte do seu salário seja garantido pelos impostos abusivos pagos pelos empresários paulistas.

Joel Sampaio, que se representasse qualquer país minimamente sério já teria enfrentado uma carraspana oficial, por certo nunca se aventurou no mundo dos negócios, pois sua arrogância teria lhe apresentado a bancarrota logo nas primeiras semanas. A declaração de Sampaio mostra que sua vocação é mergulhar nos nababescos salários pagos à diplomacia tupiniquim pelo sofrido povo brasileiro, o qual ela finge representar com galhardia e afinco além das nossas fronteiras.

A forma galhofeira com que Joel Sampaio respondeu à pergunta do repórter dá a entender que os brasileiros são preguiçosos e acomodados, quando na realidade são um povo inventivo e talhado para o trabalho, não importando o local ou muito menos as condições do desafio laboral.

Deixando Xangai e rumando para o Cairo, a instabilidade política que domina o Egito há duas semanas deu mostras da inoperância da nossa diplomacia, pois para o país das pirâmides e faraós foram algumas dezenas de brasileiros, que na tentativa desesperada de fugir da violência que marca a revolta popular local não puderam contar com a embaixada do Brasil e seus sempre magnânimos funcionários.

Uma rápida e não tão longa viagem no tempo mostra que a diplomacia brasileira, que nos últimos oito anos foi infectada pela irresponsabilidade que emoldurou a nossa querida Botocúndia, está treinada apenas para postar-se de forma genuflexa diante de ditadores, não sem antes ter cedido o sofá que nos pertence para que o fracassado golpista hondurenho Manuel Zelaya o transformasse em divã para a sua obsessão pelo poder. Em outra ponta, o Itamaraty, ao arrepio da lei, se dedica à concessão de passaportes diplomáticos a um grupelho de alarifes, como é o caso dos filhos do messiânico Lula.

Caso o ministro Antônio Patriota, das Relações Exteriores, não tomar as rédeas da sua pasta, o Brasil continuará como um dos maiores chistes da diplomacia internacional em todos os tempos, perdendo apenas para humoristas sanguinários como Fidel Castro e Hugo Chávez.