Planalto pressiona até o final e base aliada garante a aprovação do vergonhoso salário mínimo

Vergonha máxima – O rolo compressor do Palácio do Planalto roncou grosso na Câmara dos Deputados e os parlamentares da base aliada aprovaram o projeto do Executivo de valorização (deve ser brincadeira) do salário mínimo que, se aprovado no Senado, passará a valer R$ 545. As emendas que previam aumentos maiores – R$ 560 do Democratas e R$ 600 do PSDB – fora rejeitadas.

Antes da votação das emendas, os deputados aprovaram em plenário, em votação simbólica, o texto básico do projeto enviado pelo Executivo, que define as regras para a valorização do salário mínimo entre 2012 e 2015. A proposta palaciana tem como base para os reajustes futuros o índice da inflação, acrescido da variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.

A votação do projeto do salário mínimo foi o primeiro desafio da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, situação que deve se repetir no Senado, onde o governo também tem maioria. Para garantir a aprovação da matéria, interlocutores do Palácio do Planalto reuniram-se com líderes dos partidos da base aliada e negociaram as reivindicações dos parlamentares abandonados pelo governo e que prometiam uma intifada de última hora.

Como mencionado, a matéria segue para o Senado Federal e qualquer alteração no texto obrigará o retorno do projeto para a Câmara dos Deputados. Do contrário, seguirá para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

Com a decisão tomada nos últimos instantes da quarta-feira (16), o PT rasgou de uma vez o discurso dos tempos em fazia uma ruidosa oposição ao governo e exigia, de forma inconsequente e imediata, reajustes ao salário mínimo. Nada como o tempo para revelar a verdadeira face da política e seus nefastos operadores.