Caso pensado – Na terça-feira (1), o plenário do Senado discutiu rapidamente e aprovou, por 46 votos favoráveis e 13 contrários, a criação da Autoridade Pública Olímpica (APO), estatal que será responsável pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Vindo da Câmara, onde na última semana foi aprovado com emenda do deputado Marco Maia (PT-RS), que prorroga sem licitação 6,4 mil contratos de concessionárias comerciais dos aeroportos brasileiros sob a administração da Infraero, o texto foi referendado sem nenhuma modificação.
Durante o processo de discussão da matéria, vários senadores, inclusive da base de apoio, condenaram o fato de o projeto da APO ter chegado ao Senado com prazo exíguo para debates e proposição de emendas, pois a validade da respectiva Medida Provisória termina nesta quarta-feira (2). Líder do PMDB no Senado, o alagoano Renan Calheiros disse que não mais aceitaria os “contrabandos” enviados pelo Palácio do Planalto à Casa legislativa.
Acontece que o envio tardio da matéria ao Senado foi um ato pensado, pois os palacianos sabiam que na Câmara Alta o tema seria alvo de debates acalorados, podendo ser derrubado a qualquer momento, a começar pela questão do prazo. A manobra do Palácio do Planalto teve o objetivo de preservar a criação de 181 novos cargos (inicialmente eram 484), muitos deles com salários de até R$ 22 mil mensais. Ou seja, Dilma e sua horda de seguidores queriam aprovar no atropelo a criação de mais um dourado cabide de empregos com a chancela do PT. (Ilustração: Diogo)