Presente indesejado – Ao descer a rampa do Palácio do Planalto, após passar a faixa presidencial para sua sucessora, Luiz Inácio da Silva deixou no imaginário coletivo a certeza de que Dilma era a personificação da herança maldita petista, pois como garantia da continuidade a então candidata petista foi apresentada ao eleitorado brasileiro.
Se o desempenho de Dilma Rousseff no mais importante cargo político do País está muito aquém das expectativas, parte da inoperância palaciana está diretamente relacionada à extensa maldição que circunda o espólio de Lula.
No momento em que as consequências da crise financeira internacional singravam os mares na direção do Brasil, Lula implorou ao povo para que mantivesse o consumo em alta, como forma de aniquilar a marolinha, aquela criada por loiros de olhos azuis. Na ocasião, mesmo sob as críticas do Palácio do Planalto, os jornalistas do ucho.info alertaram para a irresponsabilidade do pedido de Lula da Silva, pois os resultados seriam catastróficos.
Pouco mais de um ano após o pedido do então presidente, os primeiros estragos começaram a aparecer na economia. No vácuo do crédito fácil, o endividamento das famílias brasileiras atingiu níveis recordes e a inadimplência disparou. Mesmo assim, os integrantes da equipe econômica de outrora, embalados pelo ufanismo palaciano, continuaram apostando todas as fichas em uma fórmula fácil e irresponsável.
Em dezembro passado, muito se falou que o Natal de 2010 seria o melhor da década, mas novamente o ucho.info alertou para a enorme e complicada diferença que existe em vender a crédito e não receber. Nesta segunda-feira (18), a Serasa Experian informou que a inadimplência com cheques no Brasil subiu pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com a instituição, em março foram devolvidos 2,13% do total de cheques que passaram pela compensação. Em fevereiro, o índice foi de 1,83%, enquanto janeiro registrou 1,70%.
Essa disparada da inadimplência com cheques é resultado da compulsão do consumidor nas compras natalinas, dos gastos do início do ano e das despesas do Carnaval.
Como se a maldição deixada por Lula fosse pouca, o Banco Central, empenhado no combate à inflação, deve decidir pelo aumento da taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que acontece na terça-feira (19). Analistas de mercado prevêem um aumento de meio ponto percentual, o que elevaria a Selic para 12,25% ao ano. No contraponto das apostas, investidores esperam um aumento de 0,25 ponto percentual.
Para complicar, a moeda norte-americana, que nesta segunda registrou alta de 0,76%, encerrou os negócios valendo R$ 1,59, após três dias de queda. Mesmo com essa ligeira elevação, o dólar encontrando dificuldades para romper a barreira de R$ 1,60, situação que complica sobremaneira as exportações brasileiras.