(*) Vladimir Platonow, da Agência Brasil –
O atraso na execução de obras para a Copa do Mundo de 2014 pode levar a erros cometidos durante a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, com encarecimento no custo final e falta de qualidade dos projetos. A advertência é do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, Agostinho Guerreiro.
O principal entrave, segundo o presidente do Crea-RJ, é a demora na liberação dos recursos, o que atrasa o início dos trabalhos, gera projetos menos detalhados e pressiona os prazos. Com a necessidade de se cumprir as entregas das obras, que são improrrogáveis, as empresas acabam adotando aditivos contratuais e os governos se vêem obrigados a liberar verbas com dispensa de licitação. Tudo isso provoca o encarecimento das obras e mesmo assim não garante a qualidade nos equipamentos construídos.
Além de interferir na qualidade das construções, o atraso nos trabalhos acaba levando a um encarecimento final. “A gente tem uma tradição das nossas obras custarem até 30%, 40% a mais que o preço original. Havendo casos em que o preço chegou a mais de 100%, o que é um absurdo total.”
Os possíveis atrasos em obras para a Copa de 2014 – como construção e reforma de estádios ou ampliação de aeroportos – não serão desculpas para dispensas de licitação ou aditivos contratuais que elevem excessivamente os custos finais, como ocorrido nos Jogos Pan-Americanos de 2007.
A advertência é do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo relator dos processos de fiscalização dos projetos da Copa do Mundo.
“Eu espero que não [haja elevação nos preços finais]. Mesmo porque, para haver aumento em uma obra já contratada, é preciso que haja muita justificativa, porque nós vamos punir os responsáveis. Nós estamos procurando evitar o que aconteceu no Pan.”