Mercado revolto – A presidente Dilma Rousseff admitiu que a inflação tornou-se a principal preocupação do governo, ao afirmar que novas medidas para conter o índice (deve ultrapassar as previsões do Banco Central) serão adotadas. “Compreendo que setores da sociedade duvidem de tudo, mas trataremos a inflação com serenidade e segurança, mas não nos furtaremos em colocar todas as medidas necessárias”.
A declaração foi feita há pouco na primeira reunião de 2011 e da 37ª edição do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo da Presidência da República. O Conselho criado por Lula da Silva pretende dar roupagem de representatividade da sociedade, mas sua constituição reflete os interesses do Palácio do Planalto. Dilma creditou o crescimento da inflação a produtos in natura e à elevação do preço do etanol. “Estaremos diuturnamente e noturnamente de olho nas pressões”.
Antes da intervenção da presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a inflação teria sido gerada, entre outros fatores, pelas commodities. Mantega disse que se o governo não tivesse atuado, o dólar já estaria abaixo de R$ 1,40 e que a ação cambial do governo federal foi para impedir o excesso de capital especulativo.
Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o órgão tem mantido sua política de intervenções no mercado e que o ingresso de capital estrangeiro no Brasil nos últimos doze meses chegou a US$ 170 bilhões. O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o centro da meta da inflação de 2012 será de 4,5%.
Sobre a grave situação de infraestrutura dos aeroportos, Dilma Rousseff foi genérica. Disse apenas que as ações estão sendo tomadas pelo governo não com o objetivo de atender a Copa do Mundo ou as Olimpíadas. Anunciou que “nos próximos dias” será lançado um programa nacional de ensino técnico e capacidade profissional e a meta é oferecer 70 mil bolsas de estudos. Sugeriu que a meta até 2014 seja ampliada para 100 mil com a ajuda da iniciativa privada.