Só para enganar – “A situação agora é tranquilíssima”. Assim o vice-presidente da República, Michel Temer, classificou o clima entre ele e o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci Filho, após áspera discussão provocada pelo comportamento do PMDB da Câmara dos Deputados durante a votação do projeto que cria o novo Código Florestal Brasileiro. Tal frase foi dita por Temer à presidente Dilma, que reclamou do fato de o entrevero entre Temer e Palocci ter vazado para a imprensa.
Diferentemente do que afirma Michel Temer, o clima no Palácio do Planalto não é tão tranquilo e cordial. Sempre sedento por cargos na máquina federal, o PMDB continua aguardando algumas outras nomeações no segundo escalão do governo federal, algo que Dilma Rousseff continua postergando. A postura do PMDB durante a votação do Código Florestal foi apenas um rápido recado ao Palácio do Planalto, que ameaçou tirar do partido os ministérios que atualmente ocupa. Acontece que qualquer movimento nessa direção provocará uma sequência história de Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
Como se fosse pouco o mal estar provocado pelo caso do Código florestal, a defesa de Palocci Filho no Congresso não sairá de graça. E deve custar ainda mais caro, pois o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Júnior, cobrou de Dilma Rousseff o imediato afastamento do chefe da Casa Civil durante as investigações, algo que acontece em países minimamente civilizados e democráticos.
O grande problema da neopetista Dilma é que o PT da Câmara dos Deputados não tem economizado incompetência ao tratar de temas delicados, como foi o caso do Código Florestal. Fora isso, a saúde instável e pouco convincente da presidente reforçou o apetite dos peemedebistas, que não descartam uma licença médica da chefe do governo. Dilma viajou ao Uruguai na segunda-feira (30), onde participou de eventos oficiais ao lado do “companheiro” José Pepe Mujica, mas deve reunir-se a portas fechadas com Michel Temer nesta terça-feira.
Se o PT palaciano continuar abusando da soberba e da impunidade, como fez durante os oito anos da era Lula, o PMDB pode promover a qualquer momento a implosão do governo de Dilma Vana Rousseff, operação que arrastaria para o centro da operação os parlamentares da base aliada. Dilma que se cuide, pois do contrário seu prazo de validade como presidente será encurtado com impressionante facilidade.