Candidatura de francesa ao FMI mostra que diplomacia do País ainda sofre o efeito Amorim

Atrás de aprovação – Ministra das Finanças da França, Christine Lagarde circulou por Brasília na segunda-feira (30) para conseguir apoio à sua candidatura ao Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo comando está acéfalo desde que Dominique Strauss-Kahn renunciou ao cargo por conta das denúncias de assédio sexual a uma camareira, assunto que lhe rendeu alguns dias de prisão em Nova York.

No cenário econômico mundial há um acordo que garante aos europeus a direção do FMI, enquanto a presidência do Banco Mundial é privilégio dos norte-americanos. Desde a saída de Strauss-Kahn do comando do FMI, o governo brasileiro tentou puxar o coro para emplacar no cargo algum representante dos países emergentes. A chegada de Lagarde ao País mostra que a diplomacia brasileira ainda sofre as conseqüências nefastas da passagem do embaixador Celso Amorim pelo Itamaraty.

Mas a casa de Rio Branco enfrentou outros fiascos durante a era Amorim. O primeiro e mais retumbante é a tentativa do Brasil de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, algo que mergulhou no campo das impossibilidades depois que Lula da Silva defendeu o projeto nuclear do governo de Mahmoud Ahmadinejad, o homem-bomba do Irã.

Já esquecido pela opinião pública, a guarida dada pelo governo de Lula da Silva ao golpista hondurenho Manuel Zelaya rendeu ao Brasil dividendos negativos no mundo das relações internacionais, tendo comprometido inclusive o sonho verde-louro de integrar o Conselho de Segurança da ONU.

Outros três tropeços marcaram a passagem de Celso Amorim pelo Ministério das Relações Exteriores. O impasse criado pelo chanceler brasileiro na Organização Mundial do Comércio e as fracassadas tentativas de instalar a ministra Ellen Gracie Northfleet, do Supremo Tribunal Federal, na Corte Internacional de Haia e na Corte de Apelação da OMC.