Retrato ruim – Os cidadãos mais ricos são os que consideram a Justiça mais rápida, de acordo com a segunda parte de estudo que reúne indicadores de percepção social em relação ao Poder Judiciário, divulgado nesta teça-feira (31) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em uma escala de 0 a 4, em que 4 significa a melhor colocação, os cidadãos que ganham mais de vinte salários mínimos deram a maior nota no quesito rapidez: 1,96.
A mesma pesquisa concluiu que problemas de família, nas relações de trabalho e entre vizinhos são os três conflitos mais comuns enfrentados pelo brasileiro. Juntos, os três itens respondem por 52% entre os 13 problemas mais graves indicados por cidadãos na segunda parte de um estudo sobre a percepção da Justiça.
A pesquisa também mostra que os brasileiros não gostam de levar todos os conflitos à Justiça, mesmo os que ocorrem com frequência. O quesito “problemas com empresas com as quais fez negócio”, que ocupa o sexto lugar entre os conflitos mais comuns, é aquele em que os brasileiros menos gostam de acionar a Justiça.
Apesar de estar longe de um desempenho satisfatório, a avaliação dos mais ricos é a melhor nota obtida em relação a todos os quesitos analisados pela pesquisa – rapidez, acesso, custo, decisões justas, honestidade e imparcialidade. Os itens tiveram classificação entre mal (1) e regular (2) em todos os recortes sociodemográficos do estudo. “Esses achados confirmam a conclusão de que a população brasileira apresenta uma avaliação bastante crítica e generalizada sobre a Justiça”, destaca o estudo.
Quando se considera o recorte escolaridade, o tema rapidez obtém a pior classificação de todas as variáveis da pesquisa. Cidadãos com formação superior incompleta, completa ou com pós-graduação acham que a Justiça brasileira está mal (1,01) nesse quesito.
Os cidadãos com mais de 65 anos têm as avaliações mais otimistas em quesitos éticos, como a honestidade e a imparcialidade. Eles deram as notas mais altas nesses dois itens: 1,39 e 1,41, respectivamente. A pior avaliação para honestidade (1,05) partiu dos cidadãos com renda de 5 a 10 salários mínimos. Os mais pessimistas em relação à imparcialidade são aqueles com ensino médio completo ou incompleto (1,08).
Os cidadãos que mais sentem os custos da Justiça são os negros, que deram a pior nota nesse quesito (1,32). Já os moradores da Região Sul são os que menos se incomodam com esse fator (nota 1,55). Com informações da “Agência Brasil”.