Para inglês ver – O Palácio do Planalto fez nos últimos dias esforço descomunal para que a crise gerada pelo escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci Filho (Casa Civil) não comprometesse o lançamento do “Plano Brasil sem Miséria”, cujo evento acontece nesta quinta-feira (2), em Brasília.
Uma das promessas da campanha da agora presidente Dilma Vana Rousseff, o programa busca erradicar a miséria no País, a exemplo do que fez Luiz Inácio da Silva ao lançar o “Fome Zero”, projeto elaborado por marqueteiros e que teve vida curta e fim pífio.
Como se sabe, prometer acabar com a fome e com a miséria é algo que rende votos aos bolhões, especialmente quando essa modalidade de exclusão social é usada para a formação de um obediente curral eleitoral, como acontece com o programa Bolsa Família, cujo contingente de beneficiados garantiu a vitória de Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2010. E o uso indevido do programa é reconhecido à boca pequena nos bastidores da legenda que hoje está no poder central.
Dilma Rousseff pode até ter boas intenções ao querer beneficiar 16 milhões de pessoas que vivem em estado de miserabilidade, mas é preciso lembrar que o baixo e vergonhoso valor do salário mínimo, que todos os meses chega ao bolso de 19 milhões de brasileiros, produz outra legião de miseráveis, os quais são obrigados a enfrentar o cotidiano como se fosse uma prova de múltima escolha.
O evento desta quinta-feira servirá como cortina de fumaça para o caso da milionária evolução patrimonial do ministro Palocci Filho que, diferentemente dos miseráveis que são alvo do mais novo programa social do governo, vive como verdadeiro nababo.