Sem saída – Sem saber o que fazer com Antonio Palocci Filho, que ainda responde pela chefia da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff, que sangra politicamente no escândalo da “Projeto Consultoria”, conversou com seu antecessor, Luiz Inácio da Silva, em busca de uma solução. Não se sabe até agora que tipo de conselho Lula deu à sua pupila, mas a demissão de Palocci Filho está decidida desde a manhã de segunda-feira (6), cujo anúncio foi adiado por causa da visita oficial do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, ao País.
Não custa lembrar que a exemplo de outros ministros, Palocci só ocupa a pasta mais importante do governo Dilma por indicação de Lula da Silva, que continua trabalhando nos bastidores para retornar ao Palácio do Planalto em janeiro de 2015. O ex-metalúrgico é esperado nesta terça-feira em Brasília, onde mais uma vez intercederá pelo chefe da Casa Civil. A eventual queda de Palocci de maneira alguma conseguirá acalmar a oposição e a opinião pública, que continuam exigindo do ministro explicações mais detalhadas e convincentes sobre a sua evolução patrimonial durante o período em que esteve deputado federal (2006-2010).
Se o teor da conversa entre Lula e Dilma não vazar, nunca se saberá o que um disse ao outro e vice-versa. Mesmo assim, qualquer que seja a decisão tomada em relação a Antonio Palocci Filho deixará a sensação de que Dilma Rousseff não tem o governo nas mãos e depende dos palpites de terceiros. Tamanha demonstração de fragilidade poderá alastrar a crise e expor Dilma aos ataques da oposição e aos pedidos intermináveis da base aliada.