A despedida emocionada do frio e calculista Ronaldo, o maior artilheiro da história da Copa do Mundo

Ligação – No anúncio da aposentadoria, em 14 de fevereiro, Ronaldo Nazário de Lima só conteve a emoção no início da entrevista coletiva e, como era esperado, desabou ao lembrar-se dos últimos momentos como jogador e das dores no corpo que o impediram de continuar atuando. Quase quatro meses depois, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo volta aos gramados para se despedir da Seleção Brasileira, sem, no entanto, prometer gols. Contra a Romênia, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, o dono da festa sabe que a noite será, sim, de muitas lágrimas.

Para o jogo desta terça-feira (7), Ronaldo se preparou sem as mesmas exigências da época de jogador. E não fez questão de esconder as dificuldades para se manter em forma. “Está difícil. Tenho treinado, mas ainda sofro com as velhas lesões. Treino uma vez e fico um dia de repouso”, disse. “Mas está indo tudo bem, será só uma despedida, poucos minutos. Tenho certeza que vai ser uma grande festa.” Por tudo que passou e pelo que fez pelo futebol, Ronaldo merece esta despedida, mesmo que ela seja regada a lágrimas. E se elas vierem, ao menos todos saberão que, desta vez, terá sido por algo especial.

Frio e calculista como poucos na frente dos goleiros, Ronaldo nunca foi de esconder o que sentia. E o choro foi, em diversos momentos de sua carreira, a forma encontrada para extravasar. Nesta terça, ele mesmo sabe que será difícil se conter quando estiver novamente no estádio onde desfilou nos dois últimos anos, reverenciado pela torcida do Corinthians. “Vai ser muito emocionante, de arrepiar, de chorar”, apostou ele, em entrevista ao canal SporTV. “A Seleção representa muito para mim, tenho uma identificação tão grande que não tem como me separar definitivamente.”

Nos últimos momentos antes da aposentadoria, Ronaldo se comoveu pela penúltima vez diante das câmeras ao comentar sobre uma possível falta de comprometimento em treinos. E antes de tomar a decisão, passou pelo velho ritual. “Nos últimos dias chorei como um neném”, revelou o ex-jogador à véspera do anúncio oficial. “São as dores no corpo. A cabeça até quer continuar, mas o corpo não aguenta mais. Penso em uma jogada, mas não a executo como quero. Está na hora”. As informações são do “Fifa.com”. (Foto: Nike)