Copom deve elevar a taxa básica de juros, enquanto o governo federal continua gastando à vontade

O céu é o limite – Teve início nesta terça-feira (19) mais uma das periódicas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central. No encontro técnico que termina amanhã, quarta-feira (20), o Copom deve decidir pelo aumento da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, segundo analistas do mercado financeiro. No caso de se confirmar a previsão, a Selic pulará para 12,5% ao ano.

O cenário internacional é um ingrediente que poderia retardar a decisão do Copom, mas o órgão preferiu seguir o rito normal, deixando de lado o desdobramento das crises norte-americana e europeia.

A inflação é um dos fatores que interferirá na decisão do Copom, mesmo registrando recuo nos últimos meses. Com sinais de recuo, mas com previsão de retomada de alta a partir de agosto, a inflação, que beira os 6,8% no acumulado dos últimos doze meses, é outro fator que deve influenciar a decisão que será anunciada na quarta-feira. O Copom levará em conta também os dados sobre o desemprego, que vem caindo, e a alta dos salários dos trabalhadores. Situação que deve contribuir para um aumento da taxa básica de juros.

Se por um lado os solavancos em diversas economias dos chamados países desenvolvidos seriam suficientes para pelo menos deixar a Selic no patamar atual, por outro a preocupação do Banco Central com o endividamento das famílias brasileiras é um motivo a mais para a elevação dos juros. O endividamento em tese não preocupa diante dos atuais dados sobre o desemprego e a renda do trabalhador, mas um engasgo na economia brasileira pode levar tudo a perder, aumentando a inadimplência, algo que já começa a causar preocupação.

Para piorar ainda mais o quadro, o governo federal, que prometeu reduzir as despesas e anunciou um corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos, parece não estar disposto a economizar.