Debates – Aberto na noite de quarta-feira (10), o “Fórum + Livro + Leitura” contou com a participação de poetas, escritores, artistas e autoridades que planejam para Brasília o título de primeira capital livre do analfabetismo. Na primeira noite do evento, que acontece no auditório da Biblioteca Nacional até hoje (11), foi lançado o Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura (PDLL), que estabelece diretrizes para a formação de uma sociedade leitora e também prevê políticas, programas, eventos e ações de promoção da leitura.
Essas ações incluem a criação de novas bibliotecas, a melhoria do acesso ao livro e o apoio aos autores locais. O PDLL foi elaborado pelo Governo do Distrito Federal, por meio das secretarias de Cultura e de Educação, e faz parte de uma proposta do governador Agnelo Queiroz de erradicar o analfabetismo do Distrito Federal até o primeiro semestre de 2014.
“É um Plano construído a muitas mãos e que não pode ser interpretado como um sonho, uma coisa utópica. Digo que a Cultura e a leitura no Distrito Federal têm o mesmo valor que as políticas de saúde ou tecnologia, por exemplo”, destacou o governador em exercício, Tadeu Filippelli.
As ações do Plano serão temas de debates dos participantes do Fórum, dentre eles parlamentares, secretários, administradores regionais, acadêmicos, escritores, bibliotecários, educadores e personalidades interessadas pela leitura.
O PDLL apresenta quatro eixos: democratização do acesso; fomento à leitura e à formação de mediadores; valorização da leitura e da comunicação; e apoio à criação e ao consumo de bens da leitura. De acordo com dados da Secretaria de Educação, 3,4% da população maior de 15 anos no DF, cerca de 63 mil pessoas, não sabe nem escrever. Um número alto, mas totalmente reversível, de acordo com o secretário adjunto de Educação, Erasto Fortes. Ele lembrou do programa DF Alfabetizado, que tem por objetivo alfabetizar 10 mil pessoas a partir da criação de 500 turmas.
Já o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, lembrou que o PDLL é uma espécie de coluna vertebral que cumprirá o desejo de uma capital apta a ler e escrever corretamente. “É uma transformação social importantíssima no combate às desigualdades sociais dentro de nossa cidade”, enfatizou.
Entre as ações já definidas e previstas no Plano para 2011 estão a revitalização da Biblioteca Nacional de Brasília e o fortalecimento do Programa Mala do Livro. Outra boa notícia é o planejamento de encontros como a II Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP) e o I Encontro Internacional de Contadores de Histórias de Brasília, agendados para este segundo semestre.
Uma análise dos indicadores da exclusão social no Brasil também motivou a realização do Fórum: os dados mostram que apenas 16% da população brasileira tem acesso a livros e revelam que uma minoria possui condições de frequentar atividades culturais, como teatros e cinemas, dentre outros.
Para mudar este quadro, o Governo do Distrito Federal pretende apostar na capacitação de educadores, bibliotecários e no estímulo a prêmios de incentivo à leitura, bem como no fortalecimento de uma rede local que torne acessível o consumo e a produção de livros.
No encerramento da primeira noite, autoridades assinaram a carta “Brasília, Capital da Leitura”. As informações são da “Agência Brasília”.