Mãos ao alto – Luiz Inácio da Silva se preparava para a reeleição quando, em mais um lampejo de fanfarrice, disse, em meados de 2006, que a saúde no Brasil estava a um passo da perfeição. Provavelmente Lula se referiu à excelência dos hospitais que ele passou a frequentar depois que chegou ao poder. Meses depois da fracassada profecia, o ex-metalúrgico foi obrigado a reconhecer que tudo não passou de bravata eleitoreira.
Na esteira da herança maldita que recebeu do antecessor, a presidente Dilma Vana Rousseff está às voltas com o financiamento da saúde pública, tema que recheia a Emenda 29, que deve ser votada em breve, segundo garantiu o presidente da Câmara dos Deputados, o petista Marco Maia (RS).
Enfrentando seguidas crises políticas e temendo uma reação da sociedade, Dilma interrompeu o boicote palaciano à Emenda 29, mas acionou a base aliada para a criação de um novo imposto para financiar a saúde, o que significa ressuscitar a malfadada CPMF, extinta pela oposição durante a era Lula.
Sem se preocupar com o efeito negativo que a criação de mais um imposto pode gerar, o Planalto tem disseminado a tese entre os governadores, em especial os aliados, fazendo com que o tema seja absorvido rapidamente pela opinião pública. Governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, um genuflexo quando se trata de ordens emanadas a partir do Palácio do Planalto, inovou no âmbito do besteirol e disse que o novo imposto para custear a saúde brasileira é uma “contribuição solidária”.
Jaques Wagner por certo é um adepto de brincadeiras de mal gosto, pois com a União registrando recordes de arrecadação a criação de um novo imposto é no mínimo um atentado contra o bom senso.
Muito estranhamente, com as mazelas do governo Lula da Silva vindo à tona diuturnamente, nenhum petista ousa contestar o legado deixado por aquele que durante oito anos insistiu em posar como Messias tupiniquim.