Pedro Novais engrossa o rol dos que usaram verba de gabinete para custear despesas pessoais

Prática conhecida – Para aqueles que não acompanham o cotidiano da política nacional, o mais novo escândalo envolvendo o ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), causou surpresa. Na edição desta terça-feira (13), a “Folha de S. Paulo” traz reportagem que afirma que Novais, deputado federal licenciado, utilizou dinheiro do gabinete para pagar a governanta de seu apartamento em Brasília. De acordo com as jornalistas Andreza Matais e Dimmi Amora, que assinam a matéria, entre 2003 e 2010 a empregada Doralice Bento de Sousa recebeu como secretária parlamentar na Câmara. O salário máximo de uma secretária parlamentar, incluindo gratificações, é de R$ 2.284.

A prática ilegal de usar verba de gabinete para despesas pessoais e fora da atividade parlamentar é comum no meio político. Em prática semelhante à de Pedro Novais, o então deputado federal Wigberto Tartuce, que ficou nacionalmente conhecido pelas serestas sertanejas que promovia em sua mansão, em Brasília, durante o governo de Fernando Collor de Mello, também utilizou verba de gabinete para pagar o salário de um jardineiro.

Ex-secretário de Transportes do Distrito Federal e ex-deputado federal, Alberto Fraga também cometeu a mesma transgressão. Usou verba do seu gabinete na Câmara dos Deputados para contratar uma empregada doméstica. Na ocasião, Fraga alegou que desconhecia tal proibição, mas disse não ver problema em usar dinheiro público para contratar um trabalhador doméstico.

Entre os tantos escândalos que a política verde-loura registra, há o do então deputado federal José Gomes da Rocha, que atuou no Congresso Nacional entre 1989 e 2003. Eleito prefeito de Itumbiara (Goiás) em 2004 e reeleito em 2008, Zé Gomes, como é conhecido o ex-deputado, usou dinheiro público para financiar o Itumbiara Esporte Clube, que disputava a primeira divisão estadual.

Voltando ao caso de Pedro Novais, não é a primeira vez que o ministro se envolve em escândalos neste ano. Pouco antes de ser indicado para a pasta do Turismo, em negociação que teve a ingerência direta do presidente do Senado Federal, Pedro Novais foi acusado de usar a verba indenizatória para custear festa de arromba em um motel no interior do Maranhão, estado que ele vista raríssimas vezes ao longo do mandato, uma vez que sua residência oficial é no Rio de Janeiro.

A simples devolução do dinheiro fará com que Pedro Novais escape de qualquer processo pro quebra de decoro parlamentar, pois o Regimento Interno da Câmara dos Deputados prevê essa possibilidade.

Há na Câmara e no Senado casos absurdos envolvendo dinheiro público. O uso indevido da verba que recebe a rubrica de auxílio-moradia já foi alvo de denúncia do ucho.info. Alguns deputados e senadores recebem a tal verba, que deve ser utilizada para o pagamento de hospedagem, mas acaba servindo para pagar o financiamento de imóveis na capital dos brasileiros. Fora isso, outros parlamentares, que possuem propriedades em Brasília, recebem a tal verba como se não tivessem onde morar.

Políticos dessa natureza, como os aqui mencionados, deveriam ser barrados nas urnas, o que não acontece pela curta memória do eleitor e também pela falta de informação do cidadão. E assim caminha o Brasil, um país que deseja estar entre os grandes do planeta. Enfim…