São Tomé – Em Nova York, onde está para abrir os trabalhos da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff participou, na terça-feira (20), do lançamento do programa de transparência governamental. Ao lado do norte-americano Barack Obama e de outros chefes de Estado, Dilma discursou embalada pela “Parceria para o Governo Aberto”, lembrando o que afirmou por ocasião de sua posse como presidente da República, em 1º de janeiro passado. “Fui muito clara desde o discurso de posse, em janeiro, quando afirmei que meu governo não terá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito”, destacou Dilma.
Tudo muito bem, mas o palavrório de Dilma Rousseff é meramente protocolar, não sem antes ser o contraponto da realidade que impera na Esplanada dos Ministérios. Desde que chegou ao Palácio do Planalto, para ocupar a principal cadeira, Dilma assistiu à queda de cinco ministros. Desses, apenas o gaúcho Nelson Jobim, que respondia pelo Ministério da Defesa, saiu sem acusações de corrupção ou transgressões. Na verdade, Jobim deixou a pasta por causa de declarações contra outros ministros. Os outros quatro (Antonio Palocci Filho, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi e Pedro Novais) foram ejetados por conta de escândalos.
Repetindo o seu antecessor, o falante Luiz Inácio da Silva, a presidente Dilma ainda não cumpriu o que prometeu em relação ao combate à corrupção e outros quetais. E dificilmente isso acontecerá até o final do seu mandato, pois do contrário ficará sem o apoio parlamentar que tanto precisa para ver as matérias de seu interesse aprovadas com facilidade no Congresso Nacional.
Prova maior foi a decisão de Dilma Rousseff de interromper a faxina na Esplanada dos Ministérios, que começou para valer com a queda de Alfredo Nascimento (PR-AM) e da cúpula do Ministério dos Transportes, todos acusados de envolvimento em superfaturamento de obras e cobrança de propinas. A suspensão da assepsia governamental se deu quando o PMDB, maior partido da base aliada, entrou na alça de mira das investigações. Resumindo, essa história de transparência governamental é conversa mole e fiada.