Pedra no sapato – Pedir coerência no mundo da política é tarefa das mais hercúleas. Até porque, o que se fala hoje nem sempre é confirmado amanhã. E a situação piora sobremaneira quando os defensores de uma corrente ideológica tentam provar ao universo a eficácia que inexiste.
No afã de dar sustentação à lufada esquerdista que soprou sobre a América Latina, o messiânico Luiz Inácio da Silva disse, certa vez, que a China era uma economia de mercado. Até mesmo o mais desinformado dos seres humanos sabe que isso é uma tremenda inverdade, mas na ocasião Lula estava a serviço dos operadores da esquerda mundial, rezando pela cartilha do sanguinário ditador cubano Fidel Castro.
Há anos promovendo concorrência predatória em diversas partes do planeta, até porque ignora os direitos trabalhistas, a China vem dando de ombros diante da reclamação de diversas nações, que já não mais suportam a chiadeira dos produtores locais.
Aqui no Brasil, o setor têxtil foi o primeiro a sentir a deslealdade concorrencial dos chineses. Na esteira desse processo surgiram outros setores da economia, cujas reclamações reforçaram o descontentamento da indústria verde-loura.
Nesta terça-feira (4), o governo brasileiro decidiu restringir a importação de calçados chineses. De acordo com portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) publicada no Diário Oficial da União, as importações de calçados entraram no segmento das licenças não automáticas, passando a depender de autorização do governo, cuja liberação pode demorar até dois meses. Fora isso, a portaria da Secex determina uma investigação, que durará de seis a nove meses, para detectar possíveis exportações desleais de sapatos chineses para o Brasil.
Em junho passado, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, prometeu maior rigor contra as indústrias de calçados da China, acusadas pelos calçadistas brasileiros de fraude às medidas antidumping. Há nesse conhecido e velho imbróglio outra grave denúncia. Os fabricantes chineses de calçados estariam falsificando a origem do produto e, com essa manobra ilegal, conseguindo exportar para o Brasil sem barreiras. “Estamos atentos aos indícios de prática de circunvenção no setor de calçados e vamos tomar as medidas necessárias”, disse o ministro.
O mais interessante nessa confusão toda é que nos momentos em que suas profecias caem por terra o fanfarrão Lula simplesmente sai de cena. Mesmo assim, há uma fila de incautos que sonham em conceder a Lula da Silva honrarias e títulos que simplesmente achincalham o mundo acadêmico.