Líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira perde o bom senso e ataca Alckmin no caso do Metrô

Óleo de peroba – Conviver diariamente com a política nacional é algo que no mínimo provoca gastura. Quiçá não seja o caso de apelar para palavras como asco e revolta. Responsável pelo período mais corrupto da história brasileira, o Partido dos Trabalhadores apela para a desfaçatez quando escala seus integrantes para provocar a oposição.

Líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP) ocupou a tribuna da Casa nesta terça-feira (22) para, ao abrir seu discurso, falar da decisão da Justiça paulista de interromper as obras da Linha 5-Lilás do Metrô e determinar o afastamento do presidente da companhia responsável pelo mais importante meio de transporte da cidade de São Paulo.

Teixeira fez questão de dar ênfase ao fato de foi necessária a intervenção da Justiça para que o governador Geraldo Alckmin afastasse Sérgio Avelleda da presidência do Metrô. Faz-se necessário esclarecer que a ação judicial foi contra a companhia do Metropolitano de São Paulo e as empresas que formam o consórcio responsável pela obra, mas não contra Alckmin.

Como sempre citamos em nossas reportagens, exigir coerência no mundo político é a mais hercúlea de todas as tarefas, quem sabe não seja impossível. Na condição de representante da bancada de um partido que passou para aos anais da história como o nascedouro do escândalo do “Mensalão”, Paulo Teixeira não tem moral para atacar quem quer que seja quando o assunto for corrupção e assuntos correlatos.

A situação do parlamentar petista ainda mais quando analisa-se os onze primeiros meses do governo de Dilma Vana Rousseff, que para não ter de encarar a herança maldita deixada pelo antecessor foi obrigada a demitir cinco ministros acusados de envolvimento em ilícitos dos mais diversos. Sem contar que o sexto ministro acusado de corrupção, Carlos Lupi, está na alça de mira.

No contraponto, o governador Geraldo Alckmin errou ao criticar a decisão da juíza Simone Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Decisão judicial deve ser cumprida ou, então, questionada na própria Justiça. Melhor seria se Alckmin repetisse o que cobram os tucanos que atuam em Brasília e sugerisse o afastamento de Sérgio Avelleda antes de uma determinação do Judiciário. Pelo menos far-se-ia uma homenagem singela à coerência, mercadoria em extinção na política.