Prorrogação forçada – O tratamento contra pneumonia a que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva se submete desde domingo (4) deve durar duas semanas. A informação foi dada pelo oncologista Artur Katz, que integra a equipe médica que cuida do petista, que desde meados de 2011 luta contra um câncer na laringe.
De acordo com Katz, o ex-metalúrgico não precisará ficar internado todo esse tempo no Hospital Sírio-Libanês, para onde foi levado no final de semana após apresentar febre, pois com a estabilização da doença os antibióticos poderão ser ministrados em casa.
O oncologista explicou que a proibição de vistas foi adotada para evitar que Lula fale demais. “É para tentar fazer o ex-presidente dar uma pausa vocal e falar menos”, explicou Katz, para quem a pneumonia é uma reação normal e esperada ao tratamento que enfrentou o ex-presidente. “O tratamento ao qual o ex-presidente foi submetido é extraordinariamente pesado”, destacou o médico. “Em alguns aspectos, a tolerância do ex-presidente foi até muito maior que a da maioria das pessoas”, completou.
Variando dependo de cada casão, os efeitos de tratamentos quimioterápicos e radioterápicos chegam durar em média um mês após o término das sessões, sendo que a melhora do paciente se dá de forma lenta e gradual.
A pneumonia contraída por Lula se deve à redução da imunidade, reflexo do tratamento contra o câncer. “Evidentemente, muda a imunidade. Não se pode dizer que ele não tenha uma imunidade boa, mas não é uma imunidade igual ao do passado ou a que voltará ter em breve”, ressaltou Artur Katz.
Complicações pós-tratamento contra o câncer são normais e Lula deve se acostumar com a ideia, pelo menos nos próximos meses. Isso pode comprometer a participação do petista nas eleições municipais deste ano, aguardado por muitos candidatos como principal cabo eleitoral. O mais curioso nessa cruzada é que muitos afirmam que Lula gosta de falar, mas até agora não se tem notícia de alguém, exceto pessoas muito próximas, que tenha ouvido a voz do líder petista.