Banco de reservas – Nesta quarta-feira (21), a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, está tomada por diversos assuntos políticos, mas um deles ganha espaço com o avanço das horas. A saída da petista Ideli Salvatti da Secretaria de Relações Institucionais é considerada como favas contadas, uma vez que o Palácio do Planalto perdeu o controle da crise que domina boa parte da chamada base aliada.
Ideli se mantém no cargo com muito esforço, mas nos bastidores do poder cresce a especulação de que o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva, também do PT, assumiria o comando da articulação política do governo de Dilma Vana Rousseff.
Se a conhecida arrogância de Ideli Salvatti não funcionou no Congresso Nacional, o atual titular das Comunicações é a pessoa menos indicada para assumir negociações políticas, pois a soberba e o desdém são ingredientes de destaque em seu modus vivendi. No caso de a aludida troca ser confirmada pelo Planalto, a presidente Dilma estará fazendo o mesmo que um diretor de cinema faria se substituísse no set de filmagem Arnold Schwarzenegger por Sylvester Stallone. E insistir na força bruta é pouco recomendável no atual momento político.
Com a eventual saída de Paulo Bernardo da pasta das Comunicações, a presidente Dilma Rousseff abriria uma janela para negociações com a base aliada, o que em tese acalmaria momentaneamente os descontentes do Congresso. Ao mesmo tempo a presidente arrumaria um cipoal de problemas com o PT paranaense, onde há pelo menos um candidato ao cargo. Esse xeque-mate que fez com que os palacianos perdessem o rumo só aconteceu porque a costura política que garantiu a eleição de Dilma Rousseff foi feita de forma errada e pela pessoa errada. Com o leite derramado sobre a mesa, chorar pouco adianta.