Dilma avalia mudanças na Esplanada dos Ministérios para atrair o PR, que aceitaria o Desenvolvimento

Troca de postos – Quando anunciou recentemente sua saída da base aliada, por conta de pleito não atendido pelo Palácio do Planalto, o Partido da República não levou tão a sério a possibilidade de votar contra os interesses do governo. Tudo não passou de uma cortina de fumaça para confundir os emissários palacianos, pois o desejo da legenda é ter de volta um lugar na Esplanada dos Ministérios, o que lhe foi tomado no vácuo do escândalo na pasta dos Transportes.

Logo após a queda do ministro Alfredo Nascimento, que retomou mandato no Senado Federal, a presidente Dilma Rousseff ofereceu a pasta ao senador Blairo Maggi (PR-MT), que recusou o convite. Empresário experiente e bem sucedido, Maggi teria encarado o desafio de ser ministro se a pasta fosse outra, que não a dos Transportes. À época, contrariando a legenda, Dilma Rousseff nomeou o secretário-executivo Paulo Sérgio Passos para comandar os Transportes.

No caso de se confirmar a ida de Paulo Bernardo da Silva para o lugar de Ideli Salvatti, na Secretaria de Relações Institucionais, assunto que ganha força nas coxias do poder, a presidente poderia acionar uma dança de cadeiras para adoçar o PR e ter a legenda de volta à base de sustentação do governo. Amigo de longa data de Dilma Rousseff, desde os tempos de combate à ditadura militar, o petista Fernando Pimentel, atualmente no Ministério do Desenvolvimento, assumiria a pasta das Comunicações. A vaga de Pimentel seria oferecida ao senador Blairo Maggi, líder do PR no Senado.

Efetivando tais mudanças, Dilma criaria dois novos problemas. O primeiro deles seria encontrar um posto de destaque na máquina federal para acomodar a companheira Ideli Salvatti, que não tem se saído bem como articuladora política, mas em 2010 foi para o sacrifício para garantir palanque a Dilma em Santa Catarina.

O segundo problema, um pouco mais complexo, é que de olho no Ministério das Comunicações há uma fila de interessados, começando por alguns petistas paranaenses, com quem a presidente ainda tem contas a acertar. No rastro dessa manobra surge um novo problema que pode ser tratado como apêndice do segundo. Fernando Pimentel é um esquerdista radical e poderia provocar uma zona de conflito com as empresas privadas de comunicação.