Areia movediça – Em ano eleitoral as atividades políticas ficam reduzidas, o que compromete sobremaneira a aprovação de interesse do País. Enfrentando a primeira grande crise desde que chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff embarcará para a Índia na próxima semana, onde participará de reunião dos BRICS, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Até o retorno de Dilma, nenhuma decisão importante será tomada pelo Executivo, assim como votações de interesse do governo serão adiadas.
Em razão da rebelião que toma conta de boa parte da base aliada, a agenda parlamentar no que se refere aos assuntos do governo está sendo remarcada para depois da Semana Santa. Como a Páscoa acontece no dia 8 de abril, o País terá de aguardar até lá para que algo de proveitoso aconteça em Brasília, pois continua grande o temor palaciano diante da possibilidade de nova derrota do governo no Congresso.
Dilma enfrente a resistência de setores da base de sustentação apenas porque decidiu mudar a forma de relacionamento com os congressistas aliados. Acontece que sua eleição foi garantida com base em acordos políticos costurados por Luiz Inácio da Silva, que durante os oito anos em que esteve presidente abusou do escambo político de forma acintosa. Se na economia a herança maldita de Lula merece destaque por causa da inflação resistente, na política o calcanhar de Aquiles é o “toma lá, dá cá”. E Dilma Rousseff que não tente mudar as regras do meio do jogo, pois Fernando Collor foi despejado do Planalto por muito menos.